Negócios do Esporte

Ronaldinho é maior do que o Flamengo?

Erich Beting

A ação planejada por Duracell e Flamengo tinha tudo para ser perfeita. O clube seria homenageado pelos 30 anos da conquista do Mundial de Clubes com a entrada em campo para o jogo contra o Figueirense num uniforme especial.

Iluminada pelas pilhas da patrocinadora do clube, a camisa tinha a estrela acima do escudo brilhante. O símbolo remete à conquista de 1981, e a sacada da Duracell foi dar brilho ao momento mais importante  da história rubro-negra.

Tudo estava perfeito, não fosse o principal jogador do time ''furar'' a promoção. O que levou Ronaldinho a não aceitar usar o uniforme ainda é uma incógnita, mas irritou tanto dirigentes do clube quanto executivos da Duracell.

O caso é a prova de quão despreparados estão alguns atletas para trabalharem suas marcas. Ronaldinho tem um projeto com o Flamengo em que há uma participação sua sobre os negócios que ambos possam gerar em conjunto. O atleta claramente se posicionou acima a instituição que representa ao ser o único do time a não usar a camisa ''brilhante''.

Duas perguntas que ficam no ar. A primeira, clara, é se o jogador, de fato, pode ser maior como marca do que um clube? Está mais do que provado que isso é impossível de acontecer.

A segunda questão tem muito mais a ver com todo o projeto de retorno de Ronaldinho para o Brasil. Se o sucesso da empreitada está calcado também numa exploração comercial de sua imagem, como é que pode ele fazer algo desse nível achando que não terá prejuízo futuro? Que marca terá segurança em se associar a um atleta que tem esse tipo de comportamento?

O aumento dos custos de investimento em esporte no Brasil tem provocado a profissionalização a fórceps do mercado. Com atitudes desse gênero, Ronaldinho perde cada vez mais espaço para outros novos atletas no mercado.

Confira abaixo o vídeo da transmissão ao vivo do Sportv da partida de quinta-feira. E veja que até Luiz Carlos Junior não esconde a surpresa com a atitude do atleta.