Negócios do Esporte

Nike decide invadir sedes da Copa

Erich Beting

A estratégia foi montada e, aos poucos, a Nike começa a colocar em prática. A fabricante americana, após quase duas décadas de tímida atuação no mercado de futebol do Brasil, decidiu entrar com o peso de ser a maior do mundo em seu segmento.

Após fechar com o Inter, a Nike agora será patrocinadora do Santos a partir de 2012 (leia aqui) e, muito em breve, deve anunciar acordo com outros clubes no Brasil.

Esses acertos mostram uma mudança de estratégia da fabricante com relação ao mercado brasileiro. Antes, o apetite da empresa era ''apenas'' para os clubes de massa, tanto que desde que entrou no país, em 1996, sua atuação estava restrita a seleção brasileira, Flamengo e Corinthians.

Agora, com a Copa no Brasil e com o aumento do consumo da população brasileira, a estratégia é outra. Claramente, a Nike começa a se movimentar buscando ter um clube em cada cidade-sede da Copa do Mundo.

O movimento tem como maior objetivo tentar minimizar a força da Adidas no Mundial. Patrocinadora oficial da Copa, a fabricante alemã é a única autorizada a fazer qualquer publicidade ou ação nos estádios durante o torneio.

Com a chegada da Nike aos clubes, obviamente a estratégia é fazer parte do cotidiano da cidade e criar um vínculo direto com a população, ''estragando'' um pouco a festa da Adidas. Santos, apesar de não ser sede da Copa, tem os apelos mais do que óbvios do ano do centenário em 2012 e da presença de Neymar.

O duelo entre as maiores fabricantes do mundo finalmente chegou ao país, como aliás era ensaiado há pelo menos três anos. Como primeiro reflexo, o mercado em que elas atuam assiste a uma nova valorização.

A diferença é que, se de 2005 a 2008 os valores ficavam dentro de patamares lucrativos para as fabricantes, agora a regra é não perder a oportunidade, mesmo que para isso a empresa ''perca'' dinheiro ao patrocinar um clube.

O jogo ainda está muito distante de um xeque-mate.