O marketing como investimento no futebol
Erich Beting
Na última segunda-feira, o Clube Atlético Mineiro celebrou 40 anos da conquista de sua maior glória no futebol, o título de campeão brasileiro de 1971. A data, como não poderia deixar de ser, não passou desapercebida pelos torcedores e pela mídia, que rememoraram a vitória trazida por Dadá Maravilha e cia.
Mas e o clube?
Na visão genial de seu presidente, Alexandre Kalil, o marketing é despesa, e não investimento. Dessa forma, o Galo entrou em férias desde que, de forma melancólica, encerrou sua participação no Campeonato Brasileiro de 2011, goleado pelo maior rival que, assim, escapou do rebaixamento.
Algo muito diferente do que aconteceu em 2008, quando o clube celebrou os 100 anos de vida com direito a diversas ações que reacenderam no torcedor a paixão pelo time, à época também mal das pernas dentro de campo, mas que nem por isso deixaram de consumir o Galo.
A visão de que o marketing não vai gerar receita para o futebol poderia ser aceitável há 40 anos, quando o Atlético levantou a sua taça de campeão brasileiro. Hoje, porém, é com pensamento desse tipo que um clube não vai para a frente, não inova, não aumenta a base de torcedores, não vence.
O marketing é um dos investimentos mais certeiros que há no futebol. Afinal, a paixão incondicional do torcedor pelo clube não depende do resultado dentro de campo, mas de boas ideias fora dele para levar esse consumidor a aumentar a receita do clube e, assim, possibilitar a formação de melhores equipes, com melhor estrutura, etc.
O desempenho dos clubes no futebol brasileiro recentemente mostra claramente que os bons resultados têm sido acompanhados por gestões mais modernas. O passado só deve ser vangloriado em datas especiais. Não em atitudes ultrapassadas na gestão.