Negócios do Esporte

O Brasil na rota dos grandes eventos esportivos

Erich Beting

Mundial de judô, jogos de exibição de Roger Federer, torneios da WTA e um ATP 500. O Brasil começa a querer entrar de vez na rota de grandes eventos esportivos. Esqueça Copa e Olimpíadas, o que mais aquece o mercado brasileiro de esporte hoje são esses eventos de grande porte e que começam a querer desembarcar de vez por aqui.

Acostumamo-nos a ver Europa e Estados Unidos dividirem a maioria das principais competições esportivas do mundo. Jogos importantes de tênis são no Velho Continente ou na América do Norte. A mesma coisa acontece para competições de judô, vôlei, handebol, atletismo e natação.

O que mudou nos últimos dois anos para cá, além do fato de o Brasil ser a sede de Copa e Olimpíadas, foi um amadurecimento do mercado brasileiro de eventos esportivos. Passamos a acreditar que somos capazes de fazer grandes eventos e, principalmente, passamos a ter quem seja capaz de pagar a conta desses acontecimentos.

Soma-se a isso a crise que ainda afasta boa parte dos investimentos nos mercados europeu e americano, um continente asiático já ficando saturado com grandes eventos, e o Brasil entra na rota para receber todo tipo de competição de maior porte.

O aspecto mais positivo do cenário é a chance que o país tem de, dessa forma, mostrar para as empresas que é possível investir em esporte e ter um bom retorno. Isso fará com que, passada a euforia de 2014 e 2016, ainda tenhamos uma indústria esportiva sólida, diferentemente do que aconteceu, por exemplo, no mercado sul-africano depois da Copa do Mundo.

O Brasil está na rota dos grandes eventos esportivos não só porque receberá os dois maiores eventos do planeta até o fim da década. Mas porque caminha, aos poucos, para a formação de uma cultura de investimento em marketing esportivo. E a prova disso vem na série de competições grandes paralelas que vão acontecendo por aqui. É a chance de os gestores se qualificarem e, também, de as empresas que não conseguirão fazer parte da festa de Copa e Olimpíada se posicionarem para o consumidor.

A roda parece, finalmente, começar a querer girar.