Negócios do Esporte

As seguradoras invadiram o futebol

Erich Beting

Um dos indícios de profissionalização do esporte no Brasil é a movimentação de alguns setores da economia em torno do patrocínio esportivo. Na terça-feira, um novo acordo foi anunciado pela CBF, que apresentou a Seguros Unimed como nova parceira comercial. O acordo, válido por seis anos, consolida a entrada das empresas seguradoras no futebol.

O movimento começou com a Liberty Seguros assinando o patrocínio à Fifa. À época, a própria Unimed estava no Palmeiras, mas ainda sem algo de longo prazo, com apenas 18 meses de contrato. Depois da Liberty, as empresas do segmento passaram a se mexer um pouco mais. O braço segurador do Bradesco fez parte do acordo das Olimpíadas e, no mês passado, a Allianz anunciou o naming right da Arena Palmeiras. Outra que negocia com o Santos é a Zurich Seguros.

Com certeza o movimento pesado da Liberty fez com que as outras empresas decidissem apostar no esporte como plataforma de comunicação de suas marcas. O que faz pleno sentido pelo tipo de produto que é oferecido.

Os acordos de Unimed e Allianz, particularmente, mostram que há um entendimento de que os projetos precisam ser de longo prazo para trazerem mais benefícios tangíveis. Até 2019 a CBF terá a Unimed como parceira, enquanto o Allianz Parque tem um acordo prévio de 20 anos que pode ser estendido por mais 10, totalizando 30 anos de relacionamento.

Mundialmente, as empresas de seguros são grandes patrocinadoras do esporte. O investimento tem lógica, uma vez que a empresa pode usar as propriedades que possui para ações de relacionamento com clientes, funcionários e vendedores. Como quase sempre a decisão para qual seguro contratar tem o preço como um dos menores diferenciais, o vínculo emocional que o esporte traz pode ser extremamente benéfico para as empresas.

Pensamento similar a esse move outros setores da indústria. Empresas de telefonia, finanças, energia e do segmento de eletrônicos estão entre os principais patrocinadores do esporte pelo mundo. Aos poucos o Brasil vai entrando nesse grupo também. Com contratos cada vez mais longos e, com isso, trazendo a necessidade de profissionalização de toda a cadeia do esporte.