Negócios do Esporte

Brasileirão tem 15% mais público e 49% mais renda em 2013

Erich Beting

O Campeonato Brasileiro de 2013 teve um ligeiro aumento de público e um sensível aumento de arrecadação. O torneio, que terminou dentro de campo no último dia 8 de dezembro, foi o que mais dinheiro gerou nas bilheterias do país.

Um levantamento inédito feito pelo núcleo de pesquisa da Máquina do Esporte mostrou que o Brasileirão-2013 teve 15% a mais de público do que no ano passado e 49% a mais de receita.

Nos 380 jogos do torneio, quase 6 milhões de torcedores pagaram ingresso para ir aos jogos nos estádios (5.983.578 pessoas, para ser mais preciso). O número que mais variou, porém, foi o de arrecadação. Ao todo, a receita com a venda de ingressos chegou a R$ 176,5 milhões, recorde histórico no país e 49% a mais de receita do que em 2012. 

O que levou a esse aumento foi, sem dúvida, a inauguração dos estádios reformados para a Copa do Mundo. Maracanã, Mineirão e Mané Garrincha puxaram os números para cima. O estádio de Brasília, aliás, foi o que teve o melhor ''aproveitamento'', com uma arrecadação média de R$ 2,5 milhões por partida.

O aumento da receita também gerou um natural aumento das despesas do clube. Por conta dos novos estádios, os clubes gastaram R$ 71,7 milhões com aluguel e demais custos por partida. Mas a receita líquida, que é o dinheiro que foi parar nas contas das equipes, cresceu 25% e chegou a R$ 74,3 milhões, também um recorde no Brasil.

Os novos estádios começam a dar uma nova cara para a arrecadação com bilheteria no país, mesmo ainda longe de ter mudado a maneira como o torcedor é convencido a ir para uma partida.

O potencial de aumento de receita, porém, é bem maior do que o já obtido. Pelo levantamento, constatou-se que a taxa de ocupação dos estádios, somando-se Brasileirão e Copa Perdigão do Brasil, ficou em 40%. Ou seja, não temos nem a metade da capacidade real de ocupação preenchida.

Com os novos estádios de Corinthians, Palmeiras, Inter e Atlético-PR, a tendência é que novos recordes sejam obtidos em 2014. Para isso, porém, é fundamental que o tratamento dado ao torcedor seja melhorado. Do contrário, com o tempo diminui o interesse em conhecer os novos estádios e o público, assim, começa a cair.

Esses e outros números constam do mais extenso estudo já feito sobre o comportamento do torcedor num estádio de futebol do Brasil. Colocamos o dossiê em pré-venda nesta sexta-feira pelo site da Máquina do Esporte (veja detalhes aqui). Para quem trabalha com futebol, é um prato saboroso para começar a repensar a maneira como trabalhar o futebol.