Negócios do Esporte

Maradona ainda é um bom garoto-propaganda no Brasil?

Erich Beting

Em 2006, quando o Guaraná Antarctica decidiu lançar uma campanha com Diego Maradona protagonista de um comercial sobre a seleção brasileira, o impacto foi tão grande quanto o maior ídolo do futebol argentino. Era, realmente, audacioso demais fazer com que Dieguito vestisse a camisa canarinho. O retorno foi imediato. Muita repercussão sobre o anúncio e uma simpatia tremenda com a marca de refrigerantes, que estava havia pouco mais de dois anos na parceria com a CBF.

Desde então, porém, a publicidade brasileira continua a insistir, a cada quatro anos, com o eterno camisa 10 argentino. O lançamento da vez foi o da Bom Negócio, site de venda de produtos usados, que tem apostado em figuras do imaginário bizarro brasileiro, como Sérgio Mallandro, Cumpadre Washignton, Supla e Narcisa Tamborindeguy nas propagandas em TV ultimamente.

Antes, sem aparecer, Maradona ''contracenou'' com Romário na propaganda das Havaianas. E não será muita surpresa se ''El Diós'' aparecer em outras criativíssimas propagandas de embosada às vésperas da Copa do Mundo.

Maradona assumiu o papel de garoto-propaganda quadrienal desde 2002, mas a pergunta é, será que ainda vale apostar nele como uma figura que vá de fato fazer a diferença para uma marca?

A julgar pelas duas propagandas que já fizeram uso de Dieguito, seja com a cara dele ou com a mera menção de seu nome, ele ainda é o protótipo ideal para marcar o duelo Brasil x Argentina de cada quatro anos. Maradona ainda parece ser um bom negócio. Pelo menos é algo que foge da trinca Neymar-Felipão-David Luiz que inundou a propaganda brasileira nas últimas semanas…

Maradona, em 2006…

 

… e sua volta, em 2014!