Negócios do Esporte

Legado da Copa: Olimpíada já começa a dar as caras

Erich Beting

Não deixa de ser uma espécie de legado da Copa do Mundo algumas situações que acontecem pré-Jogos Olímpicos. Aos poucos, os patrocinadores olímpicos começam a dar as caras e as cartas para ações de aquecimento do evento que acontece em dois anos.

No próximo dia 28, o judô fará um duelo contra o Japão. São lutas sem qualquer validade para ranking, mas que têm um importante significado. Ajudam a aproximar o espectador da modalidade e, também, dá exposição aos patrocinadores da Confederação Brasileira de Judô. Uma mostra clara disso é que o evento acontece no Teatro Bradesco, em São Paulo. O banco, logicamente, é um dos patrocinadores da CBJ.

Nesta sexta-feira, já como aquecimento do evento, haverá uma exibição de uma luta de judô na praça da Liberdade, em São Paulo. Se alguém conseguir dar um ippon no judoca que lá estará, receberá convites para o evento do dia 28 (detalhes aqui).

As duas iniciativas seguem um modelo adotado com bastante frequência nos Estados Unidos. Só para se ter uma ideia, na última semana o Comitê Olímpico dos EUA (Usoc) fez uma viagem por vários estados americanos para promover o projeto olímpico da entidade. Anualmente, estão previstos pelo menos dez eventos, nos EUA, até os Jogos do Rio. Segundo o comitê, o objetivo é fazer com que o patrocinador tenha visibilidade e possa realizar ações com o público para reforçar o patrocínio.

É exatamente isso que faz agora a CBJ. E, também, como alguns parceiros do Rio-2016 começam a trabalhar. Recentemente, o Bradesco também apoiou um desafio de basquete. Outros eventos estão programados além dos eventos-testes que acontecerão no Rio.

Na Copa do Mundo, apenas a disputa da Copa das Confederações foi usada como termômetro para o evento. Os protestos que sacudiram o país deixou todo mundo apreensivo. O reflexo disso foi que a Copa do Mundo só foi ''pegar'', de fato, no dia 12 de junho, quando o torcedor teve a certeza de que não haveria mais volta (nem grandes protestos) para o evento.

Agora, a situação é completamente distinta. Os protestos parece que ficaram naquele inverno quente de 2013. E o megaevento caiu nas graças das pessoas, apesar de todos os pesares do processo pré-Copa. Os próximos dois anos pré-Olimpíadas parecem que serão muito menos apreensivos e muito mais de aquecimento de um Brasil de vários esportes.

E os patrocinadores, ao que tudo indica, não vão ficar sentados esperando para ver o que pode acontecer. O legado da Copa está aí. O das Olimpíadas poderá ser ainda mais interessante.