Negócios do Esporte

Mercado esportivo pode ter nova reviravolta

Erich Beting

O anúncio da compra da Alpargatas pelos mesmos donos da Friboi (leia aqui) e a venda de Topper e Rainha para um novo grupo investidor (relembre aqui) devem gerar uma nova reviravolta no mercado de fornecimento de material esportivo no país.

Após a mudança de comportamento das duas gigantes (Adidas e Nike), da nova realidade após a saída da Vulcabras e dos novos rumos tomados pelo mercado nos últimos dois anos, o mercado de patrocínio a clubes e atletas pode sofrer uma mudança significativa.

É pouco provável que a Mizuno mude o caminho do investimento em corrida de rua e alguns poucos atletas e equipes de esportes olímpicos. Mas é muito provável que a Topper volte a brigar por um time de futebol de médio/grande porte nos próximos anos, já que o futebol é uma importante plataforma para crescimento de marca no país do futebol…

Curiosamente, o mercado de material esportivo começa a se reaquecer num momento de relativa baixa das marcas. Com a queda de vendas no varejo, as empresas têm tido cada vez mais dificuldade para obter retorno financeiro com as operações de patrocínio, especialmente no futebol, que foi inflado nos últimos dez anos.

O movimento, porém, mostra uma certa maturidade do segmento. As marcas já encontraram a fórmula para fazer o futebol ser um negócio. Mais do que colocar verba para garantir o clube, elas trabalham para ter o maior número de venda de produtos oficiais sem precisar colocar tanto a mão no bolso para isso.

Os clubes, por outro lado, têm entendido cada vez mais a necessidade de atuarem como parceiros comerciais das fabricantes, estimulando vendas, buscando soluções que vão além da tradição secular que os rege.

Ter dois novos atores no cenário das marcas esportivas, embora seja por meio de marcas tradicionais, representa uma nova mudança nos rumos desse negócio. Há dois anos, o futebol não percebeu que a Under Armour preparava a entrada no país e não desenharam a estratégia para fisgar a empresa.

Por isso mesmo, seria bom que alguns departamentos de marketing de clubes estivessem de olho no noticiário econômico nos últimos tempos…