Negócios do Esporte

Arquivo : janeiro 2016

Não era bem isso o que estava pensando…
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Erich Beting

Sim, o post anterior a esse no blog (“Mercado, aos poucos, volta ao ponto de origem”) foi escrito antes de o Palmeiras divulgar o novo uniforme, o “mais valioso do Brasil”, nas palavras do clube.

Parece que a Crefisa e a FAM não entenderam muito bem qual era a ideia ao poderem ser apenas duas marcas no uniforme do clube. O conceito básico de marketing esportivo é o de que “menos é mais”. Ou seja, quanto menos marca está exposta num uniforme e/ou evento, mais você pode cobrar dela pelo privilégio da alta exposição.

Em vez de aproveitar e dividir o uniforme do Palmeiras com uma marca em cada parte da camisa, Crefisa e FAM fizeram a obra de arte abaixo. Deverá ser interessante ver qual o retorno de exposição de mídia que esse uniforme do Palmeiras dará para os patrocinadores.

Muito provavelmente, a exposição será altíssima. Mas e a lembrança da marca com tanta exposição?

Isso sem falar em como o torcedor do clube ficaria satisfeito se tivesse o uniforme mais limpo, valorizando a verdadeira paixão dele, que é o escudo do clube…

Gabriel Jesus e Lucas Barrios com o novo e "limpo" uniforme do Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Fotoarena)

Gabriel Jesus e Lucas Barrios com o novo e “limpo” uniforme do Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Fotoarena)


Mercado, aos poucos, volta ao ponto de origem
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Erich Beting

A notícia publicada aqui no UOL por Danilo Lavieri de que o Palmeiras vai anunciar nesta sexta-feira a ampliação do acordo com Crefisa e FAM (leia aqui), gerando consequentemente o fim das parcerias com TIM e Prevent Senior, mostra mais uma tendência de reordenação do mercado de patrocínio esportivo após o “fenômeno” Ronaldo e Corinthians.

Assim como o Palmeiras, o Atlético-MG e o Cruzeiro reduziram o número de marcas na camisa após acertarem os patrocínios com Dry World e Caixa, respectivamente. Com a saída de algumas outras empresas do mercado, alguns clubes também têm ficado com a camisa mais “limpa” neste ano em relação a 2015.

A “culpa”, nesse caso, não é tanto da crise, mas de um misto da falta de dinheiro no mercado com a falência do modelo criado pelos clubes desde 2009, quando o Corinthians loteou o uniforme para ter Ronaldo em campo.

Com a escalada de preço no mercado, somente se houver uma redução de marcas na camisa é que os patrocinadores vão se dispor a pagar o valor desejado pelos clubes. E é isso o que, aos poucos, começa a acontecer. O acordo do Palmeiras é mais um que se soma a essa situação.

Apesar de ainda ser o paternalismo (seja estatal ou de empresas de torcedores dos times) quem melhor paga os clubes, até mesmo quem desembolsa o dinheiro por amor ou benevolência sabe que é preciso ter retorno sobre o investimento que é feito.

O cenário da crise ajuda as marcas a cobrarem isso dos clubes. E, assim, tem-se um novo cenário dentro do esporte, com mais dinheiro nos patrocínios, porém menos marcas nas camisas. O que não inviabiliza o clube de manter os parceiros que estavam na camisa vinculados a ele, mas em outros projetos.

O que acontece agora não é novidade. Era até que relativamente comum no começo do milênio por aqui. A diferença, agora, é que há maior maturidade no mercado, além de uma gama de oportunidades abertas pelas redes sociais, que leva as marcas e os clubes a pensarem de que forma é melhor construir uma relação de patrocínio.


Ranking de estádios é início de caminho para o país
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Erich Beting

A criação de um sistema nacional de pontuação para os estádios de futebol no Brasil é o início de um caminho para que o país comece a entender a importância de criar padronizações para buscar, então, elevar o nível do esporte. O ranking apresentado pelo Ministério do Esporte vai gerar polêmica e, para variar, vamos debater quantas bolas deveriam ser catalogadas para esse ou aquele local.

E é exatamente a existência desse tipo de debate que precisa acontecer. Se não começarmos a tentar criar padrões e determinar o que é um padrão de excelência A ou B, ficaremos sempre na idade da pedra lascada no que se refere às questões da indústria do esporte do Brasil.

Quando, há nove anos, o Brasil recebeu goela abaixo a realização da Copa do Mundo, não havia qualquer forma de se criar um planejamento do que queríamos com o evento. O resultado está claro agora.

Foram feitos projetos completamente surreais de previsão de receitas para os estádios novos, baseados em mercados maduros e consolidados como o dos Estados Unidos. A situação piorou com complicações em quase todas as arenas no pós-evento causadas pelas investigações que revelam o submundo das negociatas entre empreiteiras e governos.

E, no fim das contas, o que restam são estádios lindos, mas ainda sem qualquer previsão de quando poderão se pagar. Sim, estádio foi feito para fechar a conta! E as modernas arenas da Copa do Mundo não podem correr o risco de não conseguirem gerar o mínimo de receita para equilibrar as contas e proporcionar um salto de qualidade no futebol a partir da melhora da qualidade no atendimento ao torcedor.

Ao criar o sistema de qualificação dos estádios, começamos a criar subsídios para a indústria entender o que pode ou não ser um bom negócio nas arenas. O maior desafio que o Ministério do Esporte tem pela frente, porém, é ser técnico o suficiente para dar notas baixas a arenas que tiveram milhões investidos pelo governo em sua construção.

Se não houver qualquer ingerência política sobre a classificação das arenas, começaremos a ter a formação de uma indústria ao redor dos novos estádios. No mercado europeu, desde a criação da Amsterdam Arena, há 20 anos, que os próprios clubes e gestores perceberam que ter estádios mais modernos é crucial para ter vantagem competitiva nos médio e longo prazos.

Por aqui, com uma indústria ainda em formação, ainda é necessária a ingerência do governo para criar padrões e tentar pavimentar o caminho a ser seguido. Parece que, agora, a estrada foi pavimentada. Resta saber se os gestores dos estádios vão conseguir usar esse início de ordenação para construir uma indústria relativamente sólida.


Com veto, CBF ligou a Primeira Liga
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Erich Beting

A CBF conseguiu fazer, pela Primeira Liga, mais do a própria entidade criada pelos clubes havia conseguido. A decisão de vetar o aval que havia sido dado para a competição dos clubes foi a melhor atitude tomada para que o torcedor se aproximasse do torneio.

Desde o seu nascedouro, a Primeira Liga tem encontrado dificuldades para existir. Briga entre os dirigentes, demora nas costuras políticas para definir a existência da competição, desencontro em declarações, falta de promoção do torneio para os torcedores. Os presidentes de clubes tinham, até ontem, enorme dificuldade para fazer o torneio se promover. Faltava foco para que os clubes pudessem se preocupar em fazer a Primeira Liga virar uma competição de interesse do torcedor.

O veto da CBF ao torneio, porém, parece ter ligado uma chama no torcedor. Se, até então, ele estava ali meio que em pré-temporada, só esperando ver no que ia dar, agora virou questão de honra ver – e consumir – a Primeira Liga. Até mesmo protesto em frente à Ferj, no Rio, está sendo agendado!

Por que isso acontece?

A CBF não conseguiu entender que, ao vetar a competição, ela está não apenas atrapalhando os dirigentes na formação de um movimento de diluição de poder. A entidade, ao brecar a Primeira Liga, fere diretamente o ego do torcedor. Quem é que pode determinar algo sobre a paixão da torcida?

Agora, parece ter virado questão de honra, para o torcedor, que a Primeira Liga exista. Como pode uma entidade que tem os três últimos presidentes acusados de crimes de corrupção, sendo que um deles está preso, se achar no direito de querer moralizar alguma coisa? Essa é a lógica básica que passa na cabeça do torcedor. E ela faz pleno sentido!

Uma coisa era a força dos clubes em criar um campeonato paralelo e, assim, conseguir fazer o negócio virar. Outra, bem diferente, é o torcedor comprar a ideia, desde o início, de que a Primeira Liga é um torneio para acabar com o círculo vicioso que corroeu boa parte do futebol pelo qual ele é apaixonado. Se, antes, o desafio da liga era justamente tentar engajar o torcedor para que o torneio viesse a ser atrativo nos próximos anos, agora é só colocar o carro para rodar – e fazer uma competição minimamente aceitável – para que as coisas fluam com naturalidade.

Como a memória de dirigente parece ser curta, vale um lembrete. Foi mais ou menos esse o mesmo caminho que teve de percorrer a Liga do Nordeste, há quase dez anos. Por determinação judicial o campeonato teve de ser reconhecido pela CBF e voltar a ser organizado. No primeiro ano, foi tudo no improviso, contra a vontade da entidade então chefiada por Ricardo Teixeira e com a força de organizar a Copa do Mundo de 2014, mas com o desejo do torcedor de ver o torneio “vingar”. Hoje, a Copa do Nordeste é a terceira maior competição nacional que existe no Brasil e foi uma das molas para promoção do Esporte Interativo no país.

A Primeira Liga, pelo visto, deu liga. E pode agradecer a CBF por isso…


Lugano põe em choque o marketing e o esporte
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Erich Beting

A recepção para Diego Lugano no aeroporto de Cumbica feita pela torcida do São Paulo mostra o quanto a contratação do zagueiro é um fenômeno de marketing. Com Lugano de volta, o clube conseguiu, finalmente, criar um fato novo para o torcedor ter o desejo de consumir o time, tanto que rapidamente a camisa 5 que o marcou na primeira passagem pelo São Paulo se tornou a mais vendida na loja oficial tricolor (leia aqui).

A jogada de marketing, porém, durará até o instante em que Lugano entrar em campo. Ali, com a bola rolando, o zagueiro terá de corresponder à expectativa criada sobre a sua volta. Só assim será possível manter em alta a euforia do torcedor são-paulino.

 

E é exatamente isso que deixará claro, mais uma vez, que o marketing e o esporte não deixam de estar, constantemente, em conflito.

 

Quando da sua chegada ao Tricolor, Lugano foi jocosamente apelidado de “zagueiro do presidente”. Contratação defendida pelo então presidente, Marcelo Portugal Gouvêa, o zagueiro uruguaio vinha sendo constantemente criticado pela má performance dentro de campo. Mas a partir da vitoriosa campanha da Libertadores-2005, o fio virou em favor de Lugano, transformando-o hoje num ídolo que chega com o status de Salvador da Pátria.

A volta do uruguaio lembra, em muitos aspectos, a contratação de Leônidas da Silva, em 1942. O atacante, então no Flamengo, foi apelidado de “bonde”, pelo alto valor envolvido na sua aquisição e pela idade “avançada” que tinha à época (29 anos). Primeiro atleta marqueteiro que se tem notícia no futebol brasileiro, Leônidas foi recebido com festa na estação de trem, entrou em campo pela primeira vez com um Pacaembu lotado e, depois disso, se consagrou como o primeiro grande jogador da história do São Paulo.

Lugano pode repetir a trajetória de Leônidas. Mas tem um enorme problema pela frente. Será impossível não cair na tentação de comparar sua performance à da primeira passagem pelo São Paulo. E, nesse sentido, o tempo poderá ser muito cruel com o zagueiro uruguaio.

O marketing, como sempre digo por aqui, não consegue resistir a uma má performance em campo. Lugano é, até a bola rolar, uma baita contratação para o marketing tricolor. Resta saber se, depois que os jogos começarem, ele vai corresponder à expectativa e reeditar, agora com mais apelo comercial, a bela história que tem com o clube. Nesse período, porém, marketing e performance esportiva estarão constantemente em choque.

Férias – O blogueiro entrará em férias até o próximo dia 25. Até lá o blog ficará sem atualizações, a não ser que o FBI apronte mais uma vez…


Wendell Lira é o “abaixo o futebol moderno” na Fifa
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Erich Beting

Foi emblemática a vitória de Wendell Lira no prêmio Puskas de gol mais bonito de 2015 pela Fifa. A presença do brasileiro na festa da entidade é um tapa na cara do “futebol moderno” que foi colocado em seu modo hard  durante a cerimônia transmitida ontem para quase 200 países.

O Gala Fifa, como o evento tenta ser chamado, é a colocação do futebol como negócio em seu nível máximo.

O atleta é, desde o início, alçado ao patamar de estrela de Hollywood. Os fãs ficam à espera de um autógrafo ou uma selfie enquanto o jogador desliza sobre o tapete vermelho, no melhor estilo “red carpet” do Oscar. As entrevistas pré-prêmio com os finalistas, os carrões chegando ao auditório onde se realiza a premiação, tudo faz parte de um universo artificial que o dinheiro permitiu existir ao futebol.

No fim das contas, tudo é superlativo na premiação que a Fifa criou de uns tempos para cá. Por isso mesmo, a vitória de Wendell representa o grito de “abaixo o futebol moderno” que ainda sobrevive em meio à transformação do esporte mais popular e, talvez, mais democrático do mundo, num circo comandado pela grana.

A realidade da bola é muito mais Wendell e muito menos Messi. Por isso foi tão legal ver aquele “penetra” na festa dos craques milionários e midiáticos. Embasbacado igual criança que vê seu ídolo pela primeira vez. Feliz igual criança que ganha a primeira bola oficial. Sincero como criança.

Para quem vive o negócio do esporte, ter um Wendell Lira entre os craques do mundo todo é nos trazer de volta à realidade. É lembrar o motivo pelo qual o marketing deve trabalhar.

Teimamos em colocar os jogadores no lugar de semideuses, num panteão quase inatingível, acessível apenas para alguns poucos próximos a um tapete vermelho na Suíça. Quando, na realidade, o que movimenta o futebol são os Wendells com suas acrobacias para conseguir marcar um gol na vida.

O futebol moderno não precisa acabar. Mas precisa, urgentemente, passar a ser feito por e para seres humanos. O nível de dinheiro envolvido ficou tão grande que os marqueteiros passaram a viver uma realidade paralela, cada vez mais descolada do “mundo real”.

Wendell Lira é o sopro que nos mostra para quem o futebol deve ser feito.

 


Receita para impedir o êxodo chinês
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Erich Beting

O desmantelamento do Corinthians ligou o sinal de alerta para um fenômeno que já vinha acontecendo nos últimos três anos no futebol brasileiro, mas que não se dava muita atenção. A China decidiu importar pé-de-obra brasileiro e ao que tudo indica não vai parar com isso tão cedo.

O projeto chinês, que começou a ser colocado em prática em 2010, é de fazer da liga de futebol um produto forte. Mas, para isso, os chineses precisam aprender a jogar bola. Para quem imagina que a marca da seleção brasileira está acabada, foi o fato de o país ser o único pentacampeão do mundo e ter criado jogadores como Pelé, Romário, Ronaldo e tantos outros que fez os chineses acreditarem que somos o país do futebol.

Fama, como se sabe, não é algo que acaba da noite para o dia. Se o 7 a 1 for a exceção, e não regra a partir de agora, a história do apagão vai virar verdade. O Brasil quase sempre está entre os oito melhores a cada Copa do Mundo. É impossível achar que não sabemos jogar futebol. Ainda mais para quem não entende muito do riscado.

E aí é que entra o ponto. Se a China quer tanto o pé-de-obra brasileiro, como fazer para acabar com o êxodo?

A fórmula não é mágica. Mas ela requer planejamento, paciência e, principalmente, persistência. A única forma de acabar com o interesse do jogador brasileiro em aceitar ir para o desconhecido é dar, a ele, perspectiva de continuar por aqui.

A história de colonização do mundo, bem ou mal, foi feita dessa forma. Quem decidiu ir para o desconhecido foi quem não tinha muita perspectiva no lugar onde estava. Não foram os reis e nobres portugueses que desembarcaram por aqui, mas emissários dos governantes, que não tinham muita alternativa de vida a não ser ir construir a vida noutro lugar, onde as terras eram novas.

O futebol brasileiro hoje não oferece perspectiva ao jogador. Qual o plano que o Corinthians tinha para Renato Augusto e Jadson, seus dois melhores jogadores no ano passado? Eles tinham um projeto de seguir atuando pelo clube? Havia um trabalho pensado em usar a imagem deles para criar produtos, aproximar do torcedor, aumentar a receita do clube e do atleta a partir disso?

Além disso, qual a perspectiva que Jadson e Renato tinham para o mercado de futebol na América do Sul? Qual a atratividade de jogar o Paulistão, a Copa do Brasil, o Brasileiro e, até mesmo, a Libertadores? Os jogos são entre os melhores do mundo, que todos param para assistir? Qual o bônus de disputar essas grandes competições? O que isso mexe com a vaidade do atleta, com o objetivo pessoal dele?

Dentro desse cenário, a diferença entre estar no Brasil ou na China é mínima.

Há a barreira cultural, o desafio de se viver num país praticamente oposto ao nosso. É por isso que, ao aparecer um caminhão chinês cheio de dinheiro para esses atletas, a resposta mais lógica é o “sim”.

Para evitar o êxodo chinês, o futebol brasileiro precisa oferecer algo além de bons salários aos atletas. Sem um bom produto, jogar em Itaquera ou em Pequim dá na mesma. Ou melhor. Rende muito mais aos cofres do jogador.

 


Esporte é promoção ou exposição?
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Erich Beting

Nos próximos dias o futebol brasileiro vai provar mais um pouco do gostinho de como se promove um evento esportivo com a participação de quatro clubes do país na Florida Cup. Torneio praticamente amador no que diz respeito ao apelo que tem com o público local, a competição que reúne cada vez mais equipes do mundo todo na Flórida dá ao país um pouco do sabor que é fazer uso da promoção para gerar interesse num evento.

Nos últimos dias, vimos diversas ações brotarem sobre o evento. Ronaldo como garoto-propaganda, Ronaldinho Gaúcho como atração em campo, jogo da NBA como forma de divulgação do evento e até de exposição dos clubes brasileiros lá fora (leia mais aqui).

Na prática, o que os americanos tentam fazer é ampliar o interesse para as pessoas sobre o evento. Com o futebol em estágio primário de evolução nos Estados Unidos, o que os promotores tentam fazer é criar diversos motivos para que o público tenha, de alguma forma, contato com a Florida Cup.

Fazer uso da promoção para atrair público, mídia e, então, patrocinadores, é um conceito mais do que batido em mercados onde o marketing já é mais desenvolvido. Nos Estados Unidos, onde o marketing é norma, o conceito é tão banal que é impossível pensar em fazer esporte sem ele.

Já no Brasil, os clubes da Primeira Liga mostram que estão ávidos por, primeiro, fechar o contrato de TV para então lançar a competição e, aí, quem sabe começar a atrair o interesse do público e os patrocinadores.

A preocupação dos dirigentes, logicamente muito válida, é de que o clube não perca dinheiro com o evento. Mas como achar que um negócio, em seu primeiro ano de vida, não vai ter prejuízo?

Se fosse mais do que um movimento político, a Primeira Liga deveria saber disso. Talvez os dirigentes de Atlético-MG, Fluminense e Inter pudessem usar a ida aos Estados Unidos para ver como é possível aplicar alguns conceitos primários de promoção de um evento esportivo na promoção da liga.

O que falta em boa parte ao esporte no Brasil é entender a importância da promoção na cadeia evolutiva da transformação de uma competição esportiva num produto. É só por esse caminho que será possível construir um negócio realmente rentável para todos.

Quando prioriza a exposição em detrimento da promoção, a Primeira Liga está desperdiçando a capacidade que tinha de se tornar um bom produto. Por mais novo que ele seja.


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