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Chuteira preta é moda que nunca ganhará os campos
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Erich Beting

A chuteira preta voltou à moda! A chuteira preta é a nova-velha tendência! O futebol de antigamente está ressurgindo até mesmo para as grandes marcas! Os consumidores de antigamente serão contemplados!

Pelo menos uma dessas frases você leu em algum site sobre chuteiras de futebol nos últimos tempos.

De fato, desde a Copa do Mundo de 2014, as marcas esportivas fizeram um movimento que recolocava as chuteiras pretas no mapa. Afinal, o Mundial brasileiro praticamente sepultou a vestimenta que fez a cabeça de todo jovem entre 1950 e 2002, período em que havia a monocromática chuteira preta como regra nos gramados mundo afora.

Foi em 1998, quando a Nike lançou a chuteira prateada de Ronaldo para a Copa do Mundo, que o mercado começou a mudar. O melhor do mundo sem uma chuteira preta era para se olhar – e usar! Desde ali, o mercado viveu uma transformação violenta. Chuteira precisa ser colorida.

E o que fazer com o consumidor do passado? A situação ficou ainda pior na Copa, quando só o goleiro do Irã, entre os mais de 700 atletas convocados, calçou um par de chuteiras pretas nos gramados brasileiros. Só duas em mais de 1.500 chuteiras eram tradicionais.

As marcas entenderam que havia, ali, uma necessidade de mercado não atendida. Ainda havíamos os saudosistas, aqueles que ficaram parados no tempo. Quando um jogador que usava chuteiras brancas era “marrento”.

Mas o quanto representa para o mercado aquele que viveu a infância do Kichute?

A chuteira preta voltou à moda, mas nunca chegará aos pés dos jogadores nos gramados. Ou melhor. Até poderá chegar, mas não vai ficar. Ela não serve. Para o público e, principalmente, para as marcas, que ficam “apagadas” em meio a um mundo de informações hoje presentes dentro de um campo de futebol.

Chuteira preta é modinha. Para colecionador. Ou para o garoto que quer ser diferente e não ter a vestimenta colorida que é objeto de desejo entre os mais jovens.

No começo do ano, a Umbro lançou um pacote de chuteiras pretas. Seguiu o que outras marcas vêm fazendo há dois anos, desde que só o goleiro do Irã resgatou a tradição na Copa do Mundo. Mas todas, sem exceção, tratam o preto como meio, não como fim.

O motivo é simples. O jovem não quer a chuteira preta nos pés de seus jogadores (leia mais aqui).

 


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