Negócios do Esporte

Arquivo : FAM

Não era bem isso o que estava pensando…
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Erich Beting

Sim, o post anterior a esse no blog (“Mercado, aos poucos, volta ao ponto de origem”) foi escrito antes de o Palmeiras divulgar o novo uniforme, o “mais valioso do Brasil”, nas palavras do clube.

Parece que a Crefisa e a FAM não entenderam muito bem qual era a ideia ao poderem ser apenas duas marcas no uniforme do clube. O conceito básico de marketing esportivo é o de que “menos é mais”. Ou seja, quanto menos marca está exposta num uniforme e/ou evento, mais você pode cobrar dela pelo privilégio da alta exposição.

Em vez de aproveitar e dividir o uniforme do Palmeiras com uma marca em cada parte da camisa, Crefisa e FAM fizeram a obra de arte abaixo. Deverá ser interessante ver qual o retorno de exposição de mídia que esse uniforme do Palmeiras dará para os patrocinadores.

Muito provavelmente, a exposição será altíssima. Mas e a lembrança da marca com tanta exposição?

Isso sem falar em como o torcedor do clube ficaria satisfeito se tivesse o uniforme mais limpo, valorizando a verdadeira paixão dele, que é o escudo do clube…

Gabriel Jesus e Lucas Barrios com o novo e "limpo" uniforme do Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Fotoarena)

Gabriel Jesus e Lucas Barrios com o novo e “limpo” uniforme do Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Fotoarena)


Mercado, aos poucos, volta ao ponto de origem
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Erich Beting

A notícia publicada aqui no UOL por Danilo Lavieri de que o Palmeiras vai anunciar nesta sexta-feira a ampliação do acordo com Crefisa e FAM (leia aqui), gerando consequentemente o fim das parcerias com TIM e Prevent Senior, mostra mais uma tendência de reordenação do mercado de patrocínio esportivo após o “fenômeno” Ronaldo e Corinthians.

Assim como o Palmeiras, o Atlético-MG e o Cruzeiro reduziram o número de marcas na camisa após acertarem os patrocínios com Dry World e Caixa, respectivamente. Com a saída de algumas outras empresas do mercado, alguns clubes também têm ficado com a camisa mais “limpa” neste ano em relação a 2015.

A “culpa”, nesse caso, não é tanto da crise, mas de um misto da falta de dinheiro no mercado com a falência do modelo criado pelos clubes desde 2009, quando o Corinthians loteou o uniforme para ter Ronaldo em campo.

Com a escalada de preço no mercado, somente se houver uma redução de marcas na camisa é que os patrocinadores vão se dispor a pagar o valor desejado pelos clubes. E é isso o que, aos poucos, começa a acontecer. O acordo do Palmeiras é mais um que se soma a essa situação.

Apesar de ainda ser o paternalismo (seja estatal ou de empresas de torcedores dos times) quem melhor paga os clubes, até mesmo quem desembolsa o dinheiro por amor ou benevolência sabe que é preciso ter retorno sobre o investimento que é feito.

O cenário da crise ajuda as marcas a cobrarem isso dos clubes. E, assim, tem-se um novo cenário dentro do esporte, com mais dinheiro nos patrocínios, porém menos marcas nas camisas. O que não inviabiliza o clube de manter os parceiros que estavam na camisa vinculados a ele, mas em outros projetos.

O que acontece agora não é novidade. Era até que relativamente comum no começo do milênio por aqui. A diferença, agora, é que há maior maturidade no mercado, além de uma gama de oportunidades abertas pelas redes sociais, que leva as marcas e os clubes a pensarem de que forma é melhor construir uma relação de patrocínio.


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