Negócios do Esporte

São Paulo renegocia acordo com Semp Toshiba

Erich Beting

A fase não é nada boa dentro de campo e está ficando cada vez mais complicada fora dele também. O São Paulo já foi comunicado pela Semp Toshiba de que terá de rever o modelo de patrocínio do clube ainda para a atual temporada. A renegociação não tem absolutamente nada a ver com o momento do time paulista, mas sim com o da empresa brasileira.

Representante da Toshiba no Brasil por meio de uma parceria, a Semp Toshiba teve, nos dois últimos anos, momentos conturbados. Em 2011, pela primeira vez na história, a Semp terminou o ano com prejuízo (de acordo com a empresa, o resultado negativo foi de R$ 20 milhões). O balanço de 2012 ainda não foi divulgado, mas fala-se em novo desempenho ruim, na casa de R$ 30 milhões. Neste ano, o fundador da empresa, Affonso Brandão Hennel, de 83 anos, voltou ao comando da companhia, destituindo o próprio filho.

A reestruturação da Semp Toshiba, que começou em maio, chegou também ao projeto de patrocínio ao São Paulo. Avaliado em cerca de R$ 23 milhões, o acordo com o Tricolor paulista está com os dias contados (o vínculo só se encerraria em 2014). Segundo Julio Casares, vice-presidente de marketing do clube, a rediscussão do contrato já vem sendo feita. Em conversa com o blog, o dirigente disse que não há um prazo para que seja tomada uma decisão.

O fato é que dificilmente a Toshiba continuará a pagar o valor atual,o que poderá fazer com que a marca mude de posição na camisa (atualmente ocupa o patrocínio master). O grande problema para o São Paulo, porém, será encontrar no mercado alguma marca disposta a pagar pelo espaço mais nobre do uniforme. Atualmente, Santos e Palmeiras sofrem na busca por um patrocinador, algo que Vasco e Flamengo só conseguiram resolver com a Caixa, que por sua vez já anunciou que parou de investir no futebol.

À força, o mercado colocará  para baixo os valores investidos no patrocínio de camisas de times no Brasil.

Prova disso é que, das cinco maiores torcidas do país, três estão com o aporte estatal da Caixa e, agora, muito possivelmente os outros dois ficarão sem marca alguma na camisa. O problema não está no marketing dos clubes, mas nos valores estratosféricos que estão sendo pedidos pelos dirigentes. A roda da fortuna, no futebol, vai começar a descer de patamar. Do jeito que estava, também, era impossível continuar.