Negócios do Esporte

Palmeiras e Flamengo esbarram nos velhos erros

Erich Beting

O ano começou com esperança renovada a palmeirenses e flamenguistas. Após desastrosas gestões nos dois clubes, janeiro apresentou aos torcedores de ambos um sentimento de que dias melhores estariam por vir.

No Flamengo, o discurso de racionalidade e arrumação da casa oriundos da imagem forte de Eduardo Bandeira de Mello davam a impressão de que o período insosso da insossa Patrícia Amorim estava para acabar. Na capital paulista, mesmo com o amargor da Série B, o palmeirense via no discurso de Paulo Nobre uma preocupação que há tempos não adentrava os salões do Palestra Itália, de que era preciso fechar a torneira da gastança e recolocar o Palmeiras nos trilhos perdidos desde a saída da locomotiva Parmalat.

Quase nove meses já se passaram da nova gestão flamenguista, e o Rubro Negro já vai para o seu quarto treinador, estando a três pontos de adentrar a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.

No Palmeiras, em oito meses da administração Paulo Nobre, quase R$ 30 milhões foram injetados pelo presidente para salvar as combalidas contas do clube.

O fato é que por mais que o discurso seja alentador, os velhos erros seguem a interferir no cotidiano de Flamengo e Palmeiras. A necessidade de curto prazo interfere a mudança de longo prazo. E, por mais que no discurso pareça fácil achar a solução para ambos, na prática é praticamente impossível realizá-la.

O que de fato está fazendo hoje a gestão do Flamengo de diferente do que fez Patrícia Amorim?

Qual o saneamento financeiro que Paulo Nobre faz no Palmeiras empregando o próprio dinheiro apenas para entregar um balanço financeiro ''limpo''?

A cada dia que passa parece que a saída para alguns gigantes que passaram um bom tempo adormecidos no futebol do Brasil seja a mesma encontrada na Inglaterra. Quando a política corrói de tal forma o clube, o caminho menos traumático e mais eficiente é encontrar alguém disposto a ser dono dele. Parece que só assim para ele voltar a crescer de forma consistente. Do contrário, os velhos erros vão, uma hora ou outra, atrapalhar todo e qualquer plano de mudança.