Negócios do Esporte

Os dois lados de uma chegada de Kobe Bryant

Erich Beting

Kobe Bryant se ofereceu para jogar no Brasil. A notícia, apurada e publicada na Máquina do Esporte, replicou até em sites americanos. Mas o que representa uma possível contratação de um dos maiores jogadores de basquete da atualidade para o mercado nacional?

Esse é o grande ponto de interrogação que cerca um possível negócio envolvendo Bryant ou qualquer outro grande nome do basquete americano. Será que o basquete brasileiro está preparado para o salto que a presença de um astro da NBA possa representar?

O crescimento da economia do país permite que sonhemos com uma contratação desse nível. O dinheiro que Bryant pede (US$ 1 milhão ao mês) é quase o mesmo que a Procter & Gamble vai investir no Flamengo até o final da temporada. Ou seja, dinheiro circulando existe.

Para quem colocar a grana, o retorno de mídia também está mais do que assegurado. Basta ver a proporção que tomou a notícia de que apenas há o interesse de o atleta jogar no país. O negócio torna-se ainda maior quando sabe-se que a Globo detém os direitos de transmissão dos principais campeonatos do Brasil. A chance de que os jogos com a presença de Bryant sejam exibidos em TV aberta é quase certa, sem falar no alto índice de audiência que as partidas deverão ter. No final das contas, a repercussão da contratação trará uma mídia espontânea que vai gerar um retorno bem maior do que qualquer outra campanha teria com a mesma verba investida.

Mas a incerteza de um negócio como esse está no esporte. Será que o basquete sobrevive a um investimento desses?

Não há estrutura, hoje, para que o Brasil tenha uma liga forte como é a NBA, nem mesmo uma como a da Espanha, hoje talvez a segunda grande liga de basquete do mundo. A contratação de Bryant poderia gerar uma corrida desenfreada de outros clubes atrás de um atleta para, quem sabe, tentar competir contra a equipe que tivesse o megajogador. E isso, no longo prazo, pode abalar as finanças dos clubes. Sim, ao mesmo tempo em que a chegada de um astro do calibre de Bryant provocaria um aumento da repercussão do basquete na mídia, ela poderia gerar uma irracionalidade na gestão do clube.

O grande sucesso das ligas esportivas americanas é evitar o desequilíbrio esportivo a partir de regras conjuntas como o controle de gastos dos times com salários e a divisão mais equalitária possível dos atletas de alto nível entre as equipes. No Brasil, o NBB tenta seguir o modelo americano de gerenciamento da competição. O dilema, sem dúvida, poderá permear os dirigentes brasileiros. Bryant representaria um tremendo sucesso do ponto de vista de marketing para o basquete e para um eventual patrocinador. Mas e a questão esportiva, como é que fica? São os dois lados que devem ser ponderados na hora de se pensar numa encestada dessas no basquete brasileiro.

  1. Bruno

    19/08/2011 07:46:34

    Pois eh, Flavio. Ta nitido que o cara nao manja nada. Nos ja tivemos os melhores jogadores do mundo em epocas de Sirio, Monte Libano e Franca. Inclusive o Sirio ja foi campeao mundial de clubes.

  2. Flávio

    17/08/2011 09:54:44

    SEMPRE FOI MORTO?????????Seleção Brasileira Masculina: Campeonato Mundial Ouro: 1959, 1963. Prata: 1954 e 1970. Bronze: 1967 e 1978. Jogos Pan-americanos Ouro: 1971, 1987, 1999, 2003 e 2007. Prata: 1963 e 1983. Bronze: 1951, 1955, 1959, 1975, 1979 e 1995. Torneio Pré-Olímpico Ouro: 1984 e 1988. Bronze: 1992 e 1995. Copa América (Pré-Mundial) Ouro: 1984, 1988, 2005 e 2009. Prata: 2001. Bronze: 1989 e 1997.

  3. Flávio

    17/08/2011 09:48:36

    Concordo com o Erich, de certa forma isso já foi sentido uma vez no ambito nacional quando Flamengo e Vasco quiseram tornar-se as duas maiores forças do esporte no país. Ambos iniciaram uma competição particular pela contratação dos maiores craques do país inflacionaram o mercado e, diga-se de passagem, não honravam os salraios prometidos. Todos sairam perdendo: Flamengo e Vasco não venceram tantoss títulos quanto gostariam, os jogadores não recebiam em dia, os demais times enfraqueceram-se e consequentemente perderam patrocínios. Acho bem possível que aconteça algo similar. Se Kobe vier, deve vir para um grande clube (e não um clube com tradição), que fique em uma grande cidade (duvido vê-lo circulando por Franca, Bauru, Assis...), se o que dizem é fato e ele é mesmo amigo pessoal de Ronaldinho Gaucho, o caminho é o FLAMENGO, que além de tudo conta hoje com a P&G patrocinando seu Futebol, teria potencial para investir no basquete tambem. Enfim, espero que não passe de um boato, e que futuramente com o NBB fortalicido e mais organizado possamos contar com astros de um nivel proximo ao de Kobe.

  4. Ruan Santos

    17/08/2011 09:20:50

    O comentário mais sensato de todos foi o do Rafael de Souza. Assim como a MLS (Major League Soccer), o campeonato de futebol dos EUA tem contrato com o Donovan, o NBB poderia contratá-lo e faze-lo rodar pelo país nos jogos, no jogo das estrelas.

  5. JULIO OLIVEIRA

    17/08/2011 09:07:33

    Acho isso uma coisa sem sentido. Nossa liga tem que se fortalecer primeiro internamente, dando prioridade a jogadores nossos. Isso apenas daria projeção por alguns meses e depois que ele fosse embora, o foco sairia de novo. Precisamos sim de estrutura forte e não de um jogador fora de serie.

  6. raphael kling

    17/08/2011 05:48:58

    Caro Erich,Gosto bastante do seu blog. Ontem estava lendo a noticia sobre o problema do atleta do Flamengo Diego Hipolito sobre o patrocinio da CBG. Se traçarmos um paralelo com o futebol seria inadimissivel que um patrocinio na CBF pudesse interferir com um patrocionio do clube. Por que na ginástica um atleta não pode ter um patrocinador no clube diferente do patrocinador da CBG ? Para um atleta consagrado como o Diego, a irmã ou mesmo a Jade talvez nem faça tanta diferença, mas se voce pensar nos atletas pouco conhecidos para a maioria, que são mesmo da base do esporte e que ganham quase sempre uma miséria esse sistema afasta possiveis patrocinadores, uma vez que quando o atleta ficar famoso ira trocar o patrociador que apoiou nas vacas magras pelo patrocinador da confederação.Gostaria que voce desse sua opinião e se possivel criasse um post para levantar a discussão.Gd abraçoRap

  7. Rafael de Souza

    16/08/2011 21:38:07

    Erich,Concordo com você que não há como o Kobe vir jogar em um time aqui. Não haveria competição, não caberia no orçamento de um time. Outra coisa é que o cara vem enquanto durar o locaute. No que o sindicato se resolver com o proprietários, os caras precisarão estar lá pra pré temporada em umas duas semanas. Qual patrocinador entraria num negócio onde sua estrela pode virar pó de uma hora pra outra.Entretanto essa é uma oportunidade. Grandes nomes não vem pra cá nãoo só pela grana, muita vezes não querem se distanciar da família, tem medo de segurança, etc e tal. Kobe que vir, está disposto a abrir mão de algumas coisas, só pela oportunidade de "conhecer o Brasil"... isso é um oportunidade única: o maior jogador de basquete em atividade jogando no Brasil.Quem tem de abocanhar essa oportunidade é a NBB, enquanto instituição, enquanto basquete. Traz o cara pra rodar o país, aparecer nos jogos (uma vez em cada ginásio), ministrar clínicas, partidas de exibição, sei lá. Com isso, se ele for embora de uma hora para a outra, não compromete o campeonato. O cara participa do jogo das estrelas (um tempo em cada time). Pode-se inventar dezenas de formas de usar a imagem dele para alavancar o esporte. Mais do que ele jogando em um time, só a presença dele aqui já atrairá a atenção da imprensa. Bota ele n Faustão domingo a tarde, falando sobre basquete.

  8. Ricardo Pereira

    16/08/2011 19:59:03

    Ao Junior Lourenço: A Globo adquire os direitosde imagem e transmissão do NBB como estratégia de bloqueio do concorrente. O basquete é um esporte infinitamente mais interessante que o voley.Só no Brasil existe essa distorção do interesse da TV (leia-se seleção brasileira) pelo voley em detrimento do basquete. Se a TV transmitir aberto para todo o Brasil, o NBB engole o voley. Se o Kobe vier a Globo não terá alternativa e vai lançar uma programação de basquete.Ao Bruno Dias: Só a venda de camisas do Kobe no Flamengo já justificaria o investimento. Mais o que a TV pagaria, produtos que seriam lançados, repercussão internacional da marca, transmissão em horário nobre, enfim, o que não falta é dinheiro para ter o Kobe como garoto propaganda.Abraços aos amigos e coragem à Presidente Patricia Amorim.

  9. LUCIANO

    16/08/2011 18:55:41

    Não é por que eu sou torcedor do Corinthians ou até fosse o caso de outras agremiações do nosso futebol fizessem isso, fosse até uma equipe boa ou a melhor do brasil e COM UMA BOA PARCERIA colocasse o seu dinheiro para circular contratando o Kobe para jogar nao só para o time mas tb para o seu lucro e o lucro do mesmo. Acredito que mantendo durante um ou dois anos principalmente no ano q vem que tem olimpiada e tem mais alem da globo varios canais iriam pagar o olho da cara para ter um jogo do Kobe. Digo isso pois tem muito time como o meu que tá com dinheiro a rodo então vamo gastar com inteligencia, para ganhar mais no futuro usando o futebol como carro chefe para mais esportes.

  10. Bruno Dias

    16/08/2011 18:25:14

    Alguem por acaso tem ideia de quais seriam as empresas interessadas em "bancar" esse negocio. Com certeza tem de estar com $$$ sobrando e sem perspectiva de retorno do mesmo, ou seja, tem q ter muita grana pra nao contar com cerca de U$9 milhoes de imediato e nao precisar de ganhar pelo menos U$90.000 por mes que eh o que pode render um valor como esse na poupanca por exemplo!Candidatos a tio patinhas quais seriao???

  11. Junior Lourenço

    16/08/2011 17:20:31

    A falta de uma programação pré-definida de basquete pela TV aberta não inibiria os investidores, ainda mais em um negócio desse porte?

  12. Ricardo Pereira

    16/08/2011 17:11:19

    Do ponto de vista comercial e de visibilidade você já disse tudo. Não só é viável como necessário para o basquete nacional. Só com Kobe faremos a Globo transmitir jogos em TV Aberta.Do ponto de vista esportivo também vejo pelo lado positivo. Ele elevaria o nível dos treinamentos, a intensidade do jogo, a qualidade dos equipamentos, enfim, tudo seria melhor. Quanto a sua preocupação, vejo pelo lado positivo também. Os demais patrocinadores investiriam mais para melhorar a qualidade de suas equipes e porque pegariam uma carona numa transmissão por TV Aberta. Que Deus nos abençoe e uma alma iluminada decida trazer o Kobe. E aí Patricia Amorim, quer entrar para a história do clube?

  13. Danilo Codeco Carvalho

    16/08/2011 16:43:38

    A questão esportiva não existe no fim das contas.Um time, qualquer time, com Kobe Bryant arrasaria qualquer adversário presente no Brasil hj e seria campeão com 100% de aproveitamento, não há a menor dúvida disso.O basquete jogado nos EUA não tem nada a ver com o basquete jogado aqui, torço muito pela vinda do Bryant simplesmente pq quero ver o circo e o espetáculo, não to preocupado com o basquete que sempre foi morto no Brasil.

  14. Giba

    16/08/2011 16:40:54

    No meu ponto vista é o seguinte EUA esta todo mundo s/ dinheiro p/ investir como investião no esporte, são como os cantores Americanos eles vão onde esta melhor p/ ganhar dinheiro, passam a rede em tudo que pode, depois sair por cima ainda, é a mentalidade Americana.

  15. Eduardo Antonio Mitrus

    16/08/2011 16:17:14

    Acho que só teríamos a ganhar com uma contratação dessas, justamente nos valores de patrocínios que viriam para o basquete nacional, vc não acha que na bagagem do Bryant poderia vir propostas de patrocínios norte americanos bem dobradinhos em meio a seus pertences.

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