A difícil tarefa de Aldo Rebelo
Erich Beting
Aldo Rebelo assumirá a bronca de ser o novo ministro do Esporte. Não bastará a ele ser honesto. Terá de parecer honesto. E aí está o maior desafio que o novo ministro tem pela frente.
Não é apenas a cabeça da Pasta que estava errada. Orlando Silva Junior caiu porque era a frente do negócio. Só que o caso mostrou mais uma vez que a corrupção, infelizmente, está enraizada não apenas no Esporte, mas em toda a sociedade.
Esse é o ponto maior que o novo ministro precisa combater. Não é pela honra do PC do B ou de Orlando Silva Junior que Aldo Rebelo terá de ser um bom gestor da Pasta de Esporte.
O partido que ele defende é o Brasil, e nenhum outro.
E esse talvez seja o grande enrosco do novo ministro. Aldo Rebelo é do Partidão. Defende, e muito, o PC do B. Tanto que sua nomeação mostra claramente que ele é o bombeiro da sucessão de Orlando Silva Junior.
O PC do B precisa de alguém que seja a imagem do partido e que tenha tido uma relação histórica com o esporte. Aldo é essa figura.
Mas o Brasil não precisa de alguém que represente um partido, e sim um projeto. E essa é a tarefa que Aldo Rebelo tem pela frente. Seu ministério precisa ser limpo, transparente e, sobretudo, brasileiro. Não é pedir demais. É apenas o que deveríamos esperar e cobrar dos governantes.
Para isso teremos de fazer uma revisão dos últimos 100 anos de história política do Brasil.