Negócios do Esporte

O que será do “novo” Clube dos 13?

Erich Beting

O Clube dos 13 não morreu. Quer dizer, mais ou menos continua vivo depois de ter o seu peso político e econômico reduzidos a quase zero. Mas um sopro de unidade entre os clubes foi mantido com a decisão de, numa estrutura bem mais enxuta, o Clube dos 13 continuar a existir.

E o que isso significa? O que virá a ser dessa nova entidade com o nome velho?

Na prática, muito pouco irá mudar. A desunião provocada com a negociação individual dos contratos de TV acabou fazendo com que o poder de barganha dos clubes definhasse. Sem controlar e coordenar o maior contrato coletivo, os clubes perderam força de até mesmo mandar no calendário das competições (prova disso foi a revelação de que a CBF não consultou os times para mudar a forma de disputa da Copa do Brasil a partir de 2013).

No futebol, a existência de uma entidade de classe dos clubes tem, na prática, pouco efeito quando os seus membros não disputam as mesmas competições. Dos 20 clubes que formam o C13, são 16 os representantes que estão na Série A do Brasileirão. Quatro clubes ainda continuam na Segundona (Guarani, Atlético Paranaense, Goiás e Vitória).

Qual o poder que essa entidade tem para negociar qualquer contrato coletivo envolvendo o Brasileirão? Qual a força política que terá para negociar uma janela de jogos amistosos para se fazer, se não são todos os times que disputam o torneio que têm força política dentro da entidade?

O ''novo'' Clube dos 13 já nasce morto. Ou alguém acredita que será possível conseguir alguma coisa diferente no cenário do futebol nacional com uma entidade ainda mais fraca depois da perda da negociação do contrato mais vantajoso da Série A do Brasileirão?