A soberba deve tirar o UFC do Morumbi
Erich Beting
O São Paulo está muito próximo de perder a realização do UFC no estádio do Morumbi, como já havia praticamente sido sacramentado num acordo entre o clube e os gestores do principal evento de lutas. Um dos agravantes para a mudança nos planos e a ida do evento para o Pacaembu foi a intransigência do São Paulo com alguns aspectos exigidos pelo UFC (leia aqui).
A intransigência são-paulina tem gerado muito mais derrotas do que vitórias ao clube nos bastidores. A queda do Morumbi não é apenas fruto da não-compactuação da diretoria tricolor com a CBF, assim como agora uma das gotas d'água para a desistência de o UFC pelo Morumbi foi a recusa de Roberto Natel, vice-presidente social e de esportes amadores do São Paulo, em ir ao Rio de Janeiro acompanhar a montagem do evento ocorrido na semana passada.
“Não cheguei a ir. Fui convidado, mas aí saiu a notícia do UFC dizendo que estava 85% fechado com o Pacaembu. Eu estava indo para conhecer a estrutura e saber como seria. A partir do momento em que está 85% fechado para o Pacaembu, não vou lá só para assistir”, disse Natel ao UOL Esporte.
É a típica birra de criança que, nesse caso, mostra uma total falta de molejo do clube em negociar com o UFC. Obviamente que o São Paulo não seria o único ''pretendente'' a receber o evento. O show que o UFC promove a cada dia de evento mostra o quão preparados estão seus executivos para os mais diferentes planos.
No Pacaembu, além de reduzir os custos de confecção do evento, os americanos conseguem manter a promessa de fazer o maior UFC da história. Ao virar as costas para os dirigentes do UFC, possivelmente o São Paulo deixa de ser o principal candidato a receber eventos da modalidade.
A birra de Natel deve custar ao São Paulo pelo menos R$ 2 milhões em receita.
Um clube que adora bater no peito o fato de ser ''diferenciado'' peca, atualmente, por querer sempre mostrar-se superior a qualquer outro.