Algumas questões
Erich Beting
Rápida leitura nos jornais de hoje, zapeada pela internet desde ontem, e as perguntas que ficam sobre CBF, Ricardo Teixeira, Sandro Rosell, Alianto Marketing, Copa de 2014…
– Por que a Fifa, que sempre defendeu Teixeira, simplesmente não dá as caras por aqui para mudar o foco da discussão? Sei lá, inventa um fato novo sobre a Copa de 2014 e livra o presidente do comitê organizador do torneio do tsunami que se aproxima.
– Por que Jack Warner, Bin Hamman, Ricardo Teixeira, Julio Grondona e Nicolás Leóz sumiram do mapa suíço nos últimos tempos?
– Por que os presidentes de federações não conseguem realmente ter a coragem de tocar o barco em frente e peitar o chefão que tinha tudo para largar o osso, mas não consegue? Claramente não é questão de ser ''vendido'', é mero receio mesmo de sofrer retaliações e perder a bocada em seu estado.
– Por que Rosell conseguiu o patrocínio da Qatar Fondation para o Barcelona pouco depois de assumir como presidente e de ser um dos principais articuladores da vitoriosa campanha do Qatar para a Copa de 2022?
– Por que a mídia espanhola simplesmente ignora o fato de o presidente do time de futebol mais imponente do mundo hoje estar mais enrolado do que o Pepe quando enfrenta o Messi?
Ainda há muitas perguntas, sem dúvida, mas essas são algumas das questões mais elucidativas para tentar explicar o inferno astral que vive por aqui a trupe amaldiçoada na Fifa desde que decidiu criar um grupo de oposição e acabar com o reinado de Joseph Blatter. Talvez isso explique, também, por que a presidência da CBF não tenha tido um novo dono desde ontem.
Nos jogos dos bastidores, a política interfere, e muito, a gestão do esporte. Pelo menos agora o debate sobre o quão enraizado está o jogo político nas entidades esportivas veio ainda mais à superfície. Pode ser indício de uma evolução na forma como o futebol é mundialmente gerenciado. Ou, infelizmente, é só um sinal de que as cartas não são mais dadas pelos cartolas de antigamente.