Que venham os clubes das empresas no Paulistão!
Erich Beting
''O @audaxsp e o @redbullbrasil seguem firmes na disputa pelo acesso à Série A-1 do Paulista-2013. Seria interessantíssimo tê-los na ''elite''.''.
Soltei essa frase ontem, no Twitter. Não imaginava, mesmo, a repercussão que ela fosse ter. Em alguns minutos, diversos xingamentos e torcedores revoltados contra o ''futebol moderno'', com a pregação contra os clubes de empresas e times ''sem torcida''.
Como 140 caracteres não são suficientes para explicar, vamos lá.
Seria muito bom para o futebol brasileiro que clubes que são gerenciados de forma altamente profissional começassem a ter desempenho melhor do que aqueles que estão parados no tempo.
Essa poderia ser a melhor definição de o por quê de eu acreditar que será interessantíssimo vermos clubes como Audax e Red Bull na elite do futebol paulista. Ambos têm uma gestão controlada e bem planejada, respeitando a um orçamento pré-definido e não cometendo loucuras para conseguir seus objetivos.
A partir do momento em que clubes como os dois conseguem destaque entre os grandes, possivelmente conseguiremos chegar ao choque gerencial que é tão necessário no futebol brasileiro de hoje.
Não dá mais para evocarmos a presença de times tradicionais entre os maiores se esses clubes não seguirem minimamente um modelo coerente de gestão. De que adianta os clubes ''com torcida'' chegarem ao topo se não fazem nada para levar torcedores aos estádios, para manter uma linha coerente de investimento, para dar aos atletas melhores condições de trabalho?
Sim, como torcedor e apaixonado pelo futebol, sou muito mais favorável a termos um campeonato repleto de clubes tradicionais e fortes pela própria história que possuem.
Mas, como alguém que há dez anos estuda a gestão esportiva, é impossível aceitar que os clubes continuem a sofrer com os desmandos de esquemas políticos, de conchavos para perpetuação no poder, de descaso com o torcedor, com os atletas, com a imprensa e o escambau.
O futebol moderno pode ser ainda mais legal do que aquele que nos conquistou quando éramos crianças. Mas, para isso, não dá mais para ele guardar o ranço dos tempos de amador.
É ótimo ver o XV de Piracicaba de volta à Série A-1 do Paulista, mas é péssimo ver que o retorno não foi feito tendo como base um clube modernizado, bem estruturado, que dê ótimas condições de trabalho para os atletas, que tenha um estádio novo, decente e tudo o mais.
Audax e Red Bull pautam seu trabalho na seriedade das empresas que representam. No ano passado, num bate-papo com o presidente de um deles, a preocupação dele era em traçar o cenário do futebol brasileiro em 2020!
Que clube, hoje, estaria pensando para um plano daqui a nove anos? Qual deles projeta o que vai acontecer dali a nove dias?
Volto a dizer. Entre um time tradicional, mas sem qualquer novidade para o mercado esportivo, ou uma equipe de uma empresa, sem torcida, mas com um modelo de gestão que eleve o nível de competência dos clubes, não tenho dúvida a quem prefiro.
Que, em 2013, possamos celebrar as chegadas de Audax e Red Bull à elite do futebol paulista. Pode ser o início de um processo de mudança de gestão entre os clubes do país. Só assim para o torcedor passar a ser bem tratado…