A Fórmula E e o futuro do automobilismo
Erich Beting
A FIA finalmente percebeu que precisava rever seus conceitos. Ontem, segunda-feira, a Federação Internacional de Automobilismo anunciou a criação da Fórmula E, competição que reunirá os carros movidos a energia elétrica. Na última década, o tema da sustentabilidade tem permeado cada vez mais as discussões sobre o cotidiano das pessoas.
A grande diferença para os últimos 20 anos, desde a Eco-92, talvez seja que, a cada dia que passa, as alternativas sustentáveis passam a fazer mais ainda parte do nosso cotidiano.
E o esporte veio acompanhando essa tendência. Hoje, as fabricantes de uniformes, por exemplo, fazem boa parte do material a partir de fios de garrafa pet, além de outros materiais que agridam pouco o ambiente. Da mesma forma, a indústria automobilística tem se desenvolvido para propor ao consumidor meios de transporte menos nocivos à natureza.
Até então, porém, a FIA continuava alheia a todos esses apelos e mudanças de hábito do cotidiano das pessoas. Diria até que muitas vezes a entidade que rege o automobilismo simplesmente ignorou o tema dentro de sua agenda. É só ver a Fórmula 1 como exemplo. Todas as mudanças feitas nos últimos anos teve como motivo a redução de custos para as equipes, e não a preocupação, também, em agredir menos o ambiente e ficar mais ''em dia'' com as discussões ao redor do mundo. Claramente o problema para a F1 é a redução do dinheiro na Europa, e não a preocupação com o meio ambiente.
Agora, com a Fórmula E, a FIA consegue voltar um pouco aos primórdios e atender a uma necessidade das próprias montadoras. É bem possível que a nova categoria seja o primeiro passo para que as empresas mostrem, nas pistas, um pouco da inovação que vai levar para os consumidores dentro de casa.
Cada dia mais o futuro do automobilismo passa por ser uma modalidade mais sustentável. A Fórmula E pode ser o começo desse processo, como parece que os carros híbridos ou movidos a energia elétrica são o futuro da indústria automobilística.