O alerta do mascote para a Copa
Erich Beting
A primeira manifestação foi em Porto Alegre. Agora, em Brasília. Nas duas, o vandalismo das pessoas descarregou, sobre o mascote da Copa do Mundo, um ódio que não se justifica. Pelo menos não para o coitado do tatu-bola, que na vida real corre o risco de extinção e, no personagem criado pela Fifa, de ter um nome ridículo.
Mas os atos de selvageria sobre o tatu servem de grande alerta para os organizadores da Copa do Mundo no Brasil.
Estivesse eu na Fifa ou no COL, com certeza estaria preocupado em entender o que motiva as pessoas a destruírem o mascote. Sinceramente não dá para acreditar que seja uma forma de repressão à Coca-Cola, que é a ''detentora'' do tatu nas promoções com a Fifa. Foi-se o tempo, afinal, em que o imperialismo americano era simbolizado pela marca.
O vandalismo contra o tatu é uma mostra de como o ''clima de Copa'' está longe demais do brasileiro. Além da escolha do nome da bola, o mascote é o primeiro passo mais concreto de aproximação do Mundial do torcedor. As agressões a ele evidenciam aquilo que já falamos por aqui outro dia: é preciso, urgentemente, mostrarmos os avanços da Copa para o brasileiro.
Destruir o mascote do evento é um bom alerta de que, pelo menos até agora, não é com uma propaganda incentivando a festa para o consumidor que a Copa vai cair no gosto do torcedor. Ainda mais com a seleção brasileira sem empolgar dentro de campo.