O ganho além do esporte na contratação de um atleta
Erich Beting
Há pouco tempo discuti aqui o quanto Zizao representava para o Corinthians uma certa ''fuga'' do noticiário da mídia em cima do dia-a-dia do clube para focar em questões menores do astro chinês.
Hoje também tivemos mais um exemplo de como uma contratação de um atleta pode transpor a barreira do esporte e trazer benefícios que vão além da questão técnica. O time da Unilever apresentou a central Luciane Escouto, de 25 anos de idade. Jogadora que chega para fazer parte do grupo, como ela mesmo faz questão de ressaltar, Luciane concorre no ano que vem ao título de Miss Brasil Mundo, depois de vencer em 2011 o concurso ''A Mais Bela Gaúcha''.
Raramente as contratações no vôlei ganham destaque na mídia de massa, atendo-se na maioria das vezes aos veículos específicos do esporte. Com Luciane, porém, o time do Unilever ocupou espaço relativamente valioso nos principais sites do país (inclusive o UOL dava destaque a ela no início da tarde de terça-feira em sua página principal). Com certeza o inusitado de a atleta ser também modelo faz com que a pauta seja mais abordada pelos meios de comunicação.
Luciane e Zizao são, a seus estilos, dois casos de como é possível um atleta contribuir além do esporte para um clube. Tempos atrás, era improvável que a contratação de atletas com mais poder marqueteiro do que esportivo dessem qualquer repercussão minimamente positiva na mídia.
Hoje, sinal dos tempos, essa estratégia é mais efetiva. Afinal, o próprio clube já percebeu que não vive apenas do esporte. É preciso dar mais motivos para que o torcedor fique próximo a ele. Por mais que as pessoas falem que, no fundo, o que vale mesmo é o desempenho esportivo.