As palavras mágicas das Olimpíadas
Erich Beting
''Time Olímpico''. Essas duas palavrinhas parecem ter virado uma espécie de mantra dentro das empresas. A necessidade que as marcas têm de se posicionar dentro do cenário esportivo brasileiro parece ter ficado restrita à criação de times de atletas patrocinados, especialmente quando o objetivo são os Jogos Olímpicos de 2016.
Nesta semana foi a vez de a Nissan apresentar o grupo com mais de 20 atletas patrocinados. O curioso em toda a estratégia da montadora, que é também patrocinadora dos Jogos, é que ele não envolve qualquer montante em dinheiro para o atleta, mas sim uma série de apoios para o patrocinado. Além da óbvia ajuda com a doação de um carro (o que, para os atletas de esportes paraolímpicos é uma ajuda fenomenal), a Nissan dará acompanhamento psicológico, treinamento de mídia e outros serviços para os patrocinados.
A ideia é interessante e mostra um meio diferente que as empresas podem ter para se engajar no movimento olímpico. Muitas vezes uma ajuda em dinheiro não fará grande diferença para o atleta. Se, em vez da verba mensal, a empresa bancar uma estrutura que permite ao atleta melhorar seu desempenho, o ganho final poderá ser maior. Com um desempenho esportivo melhor e uma formação mais apurada, é possível que o atleta consiga mais dinheiro e por mais tempo do que se obtivesse uma ajuda financeira.
O grande problema para que o conceito seja mais difundido entre os atletas é a extrema necessidade de dinheiro que há no esporte. A falta de grana para os atletas que estão longe dos holofotes é uma realidade difícil de ser modificada com um time olímpico. Para isso, as palavras mágicas precisam mudar.
Em vez de time, temos de montar um ''projeto olímpico''. Isso, porém, demanda planejamento de longo prazo e investimento a perder de vista. Palavras que assustam as empresas e não costumam fazer parte do vocabulário do esporte…