O olé do Banco do Brasil em Felipão
Erich Beting
Só agora é possível comentar a baboseira cometida por Felipão em relação ao Banco do Brasil. O melhor de tudo em todo o caso foi o gerenciamento da crise feito pela instituição financeira, que deu um olé no treinador. O BB não quis entrar em polêmica e, pelo contrário, usou a própria competência da escolha de seu patrocínio esportivo para responder a Scolar.
''O Banco do Brasil, junto com todo o povo brasileiro, deseja boa sorte ao técnico Luiz Felipe Scolari em seu novo desafio à frente da seleção, e torce para que as grandes conquistas do vôlei brasileiro, patrocinado pelo BB há mais de 20 anos, inspirem o trabalho da seleção'', dizia trecho do comunicado distribuído à imprensa.
Nada mais perfeito para acabar com qualquer discussão. Até porque, indiretamente, o BB cutucou o Itaú, que entrou apenas em 2008 no futebol com o patrocínio à seleção brasileira.
O episódio também mostra a falta de reciclagem dos profissionais que trabalham com o futebol no Brasil. Em 2002, Felipão ganhou simpatia ao brincar com os adversários frágeis que enfrentava, os ''Bambalas'' e ''Arimatéias'' de sua época de jogador na várzea. Dez anos depois, a mesma fórmula de usar metáforas para explicar algumas situações requer um cuidado muito maior.
O BB deu o primeiro olé em Felipão. Resta saber se, tecnicamente, o treinador estará preparado para não ser driblado também pelo novo jeito de pensar e jogar futebol. Apelar só para a capacidade de gestão emocional do grupo é, hoje em dia, algo do ''tempo que se amarrava cachorro com lingüiça (naquela época, aliás, linguiça ainda tinha a trema)''…