E também teve jogo!
Erich Beting
Bahia e Vitória inauguraram a Itaipava Arena Fonte Nova no último domingo. Quer dizer. Os dois clubes baianos fizeram parte da grande festa de abertura do estádio. Porque, na realidade, o jogo foi o pano de fundo para uma grande festa. E, para o torcedor do Bahia, é melhor esquecer que teve jogo.
Apesar da goleada, como qualidade de futebol a dupla Ba-Vi deixou a desejar. Na realidade, foi o conteúdo que ficou mais distante do nível dos eventos de abertura do estádio baiano. Show com Ivete Sangalo e Claudia Leitte, duas torcidas entusiasmadas, apaixonadas e deslumbradas com o novo espaço, apresentação simples e direta da nova Fonte Nova para o público.
No fim das contas, o Ba-Vi era o menor dos motivos para o torcedor comparecer à partida. Ia ter show, ia ter festa, está pronto um novo lugar para o torcedor conhecer. A paixão pelos clubes levaria, de qualquer jeito, o torcedor para o estádio. Quando há ótimos outros motivos para comparecer, fica ainda mais fácil se deslocar até lá.
Foram quase 38 mil torcedores. Poderia ter tido até mais, mas a nova cultura ainda claramente requer um tempo de aprendizado para todas as partes.
A partida de inauguração da Fonte Nova é mais uma que traz uma nova realidade para o futebol. O jogo, em si, não precisa ser o melhor em nível técnico. Desde que tenham vários outros motivos para que a pessoa deixe o conforto de casa e se desloque a um estádio.
Lugar confortável, clima de festa, serviço bom de comida e bebida. Soma-se a tudo isso a emoção de poder ver um jogo entre dois clubes que possuem uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro e tem-se um casamento perfeito.
O torcedor merece novas fontes de lazer no esporte. E o esporte vai precisar, naturalmente, oferecer um evento à altura para essa nova expectativa que vai ser criada na mente das pessoas. É o oposto do que seria a lógica de fortalecimento do futebol. Mas é o que parece que vai acontecer com a modalidade no Brasil nos próximos anos.