Santos ouviu “não” do mercado para vaga de marketing
Erich Beting
Antes de definir o nome do publicitário Fernando Montanha para cuidar do departamento de marketing do clube (leia aqui), o Santos tentou buscar um executivo do mercado para assumir a vaga deixada por Armênio Neto. Com o auxílio de uma empresa de head hunter, entrevistou profissionais de marketing esportivo empregados no mercado empresarial.
Ouviu, pelo menos, três ''nãos'' de profissionais que foram contatados e que chegaram até a fazer entrevista na Vila Belmiro. A proximidade de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, projetos com os quais esses executivos estão envolvidos, além do conturbado momento político vivido pelo Santos, pesaram na decisão.
A recusa dos executivos colocou por terra o projeto de dar mais um passo para a profissionalização do departamento de marketing. Mais uma vez, o clube precisa recorrer a um torcedor que é bem sucedido no meio publicitário para cuidar da área. A ideia santista era seguir o que fizeram recentemente Palmeiras e São Paulo, que tiraram executivos do mercado corporativo.
A recusa do mercado para a vaga de marketing santista não deixa de ser um sinal de alerta para o futebol. O conturbado ambiente político tem feito com que, invariavelmente, profissionais com boas posições no mercado corporativo não sintam confiança para assumir cargo similar no esporte.
Só para se ter uma ideia, no início da semana o PGA Tour, que cuida do circuito mundial de golfe, anunciou a contratação de um ex-executivo do McDonald's e atual presidente da Câmara Estados Unidos-China de Comércio para cuidar do escritório da instituição em Pequim, na China (leia aqui). A ideia é usar a experiência de 16 anos dele morando no país para expandir os negócios locais. Com salário altíssimo e uma responsabilidade corporativa, foi natural para ele a troca de cargo.
Por aqui, estamos longe de alcançar um cenário parecido. Pelo menos enquanto a política, e não a gestão, for a responsável por proporcionar a ''estabilidade'' dentro do clube.