Alonso pode ser a peça-chave para o ciclismo
Erich Beting
Não, eu não estou louco. Da mesma forma, você não leu o título de forma errada. Fernando Alonso é a boa notícia para o ciclismo nesta segunda-feira. O piloto espanhol da Fórmula 1 anunciou hoje a compra da equipe Euskaltel Euskadi, que havia anunciado seu fechamento. Fã e praticante do ciclismo, Alonso negociou a compra do time após ver o risco de mais uma equipe espanhola desaparecer do circuito.
O fato alentador dessa história, porém, é que, no comunicado sobre a compra da Euskaltel Euskadi, Alonso deixa claro que o novo projeto será calcado nos pilares de ''transparência e tolerância zero''. Como diz o próprio texto no site do piloto ''Alonso está muito feliz por participar de forma ativa do ciclismo e poder contribuir na medida do possível para a melhora da imagem desse esporte''.
Assim como outros donos de equipe já fizeram, Alonso também levanta a bandeira da ''limpeza'' do esporte. Hoje, essa é a medida essencial para que o ciclismo resgate a credibilidade perdida após sucessivos escândalos de doping, inclusive a dopagem retroativa de Lance Armstrong que jogou a zero a imagem do esporte.
Melhor ainda, porém, indica ser a ambição do projeto. ''De uma equipe mediana a um projeto internacional'', segundo o comunicado divulgado no site de Fernando Alonso.
Com a Espanha quebrada, o milionário piloto virou o mecenas de uma equipe de ciclismo do país. Se a moda pega, o esporte por lá só conseguirá sobreviver por conta da boa vontade dos abastados atletas locais que fazem fortuna nas modalidades que são globais e, assim, menos suscetíveis à crise.
De qualquer forma, Alonso pode ser uma peça-chave para o ciclismo. A força da imagem dele, e a necessidade que ele tem de não manchar sua própria imagem, podem ajudar a resgatar o mínimo de credibilidade para um dos esportes mais tradicionais do mundo.