Marin se especializa em exaltar marcas concorrentes
Erich Beting
No começo do ano, José Maria Marin fez um de seus primeiros eventos públicos vinculados a um patrocinador. Ao lado do fiel escudeiro, Marco Polo del Nero, ele foi o astro principal da apresentação do patrocínio da Chevrolet a 20 campeonatos estaduais pelo país. Na ocasião, da mesma forma como exaltava del Nero, já na rota de colisão com Andrés Sanchez, Marin destacava as qualidades do patrocinador.
Até aí não haveria nenhum problema, não fosse o fato de que Marin preside a CBF, que é patrocinada pela Volkswagen, uma grande rival da Chevrolet no mercado brasileiro. Mas Marin nem ligou, ou pareceu nem ligar. E fez questão de exaltar o negócio e a marca concorrente.
No início deste mês, Marin esteve em outro evento, apresentando o patrocínio da Samsung à CBF. Como presidente da entidade, obviamente fez o seu papel ressaltando as qualidades do novo patrocinador. Mas provavelmente ao falar Marin ignorou o fato de que é também presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo. Disse que o Mundial seria visto num televisor Samsung, quando o direito de citar isso só compete à Sony, que patrocina a Copa…
Hoje será a vez de a Caixa Econômica Federal ser apresentada pela CBF como nova parceira da entidade. Às 15h será a entrevista coletiva de apresentação do banco estatal como principal patrocinador do I Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino (detalhes aqui). O ótimo suporte ao futebol das mulheres, porém, contrasta com o patrocínio do banco Itaú à seleção brasileira.
Marin tem se especializado em exaltar marcas concorrentes. Curiosamente, nos dois casos que envolvem a CBF, os patrocinadores são da época em que Ricardo Teixeira ainda era o presidente da entidade…