O absurdo da venda do Audax para o Grêmio Osasco
Erich Beting
Foram dois meses de negociação até que se confirmasse a venda do Audax, ex-Pão de Açúcar Esporte Clube, para o Grêmio Osasco, ligado ao Bradesco, como foi antecipado aqui no blog (relembre aqui). O negócio foi oficializado na última semana e, desde sábado, o Audax pode colocar a faixa de ''Sob nova direção''.
A troca de todo o comando gestor do Audax foi uma das imposições de Osasco para assumir o clube (saiba aqui). E aí começa o fim do projeto de profissionalização do clube. No fim das contas, a venda para o Grêmio Osasco significa o fim de um projeto para erguer um time com princípios sólidos de gestão. E com a anuência da Federação Paulista de Futebol (FPF).
Ao permitir que o Audax seja substituído pelo Osasco na Série A-1 do Paulistão Chevrolet do ano que vem, a FPF abriu o precedente de ''compra de vaga'' de uma equipe também na elite do futebol. A atitude já era tolerada entre as equipes menores, que vendiam suas licenças na federação, especialmente para clubes formados por empresários.
Agora, porém, o negócio atinge uma esfera ainda maior. E com um agravante, que é a troca de uma equipe profissional na gestão do clube por uma baseada nos antigos princípios viciados do futebol brasileiro. No fim das contas, só a grana do Bradesco é que ajudou a fazer o negócio. A gestão, porém, é baseada no amadorismo que sempre existiu no país.
A venda do Audax, no fim, se tornou um grande absurdo. Primeiro por permitir que um clube comprasse a vaga na Primeira Divisão sem ter tido o desempenho técnico suficiente para tal (o Osasco jogou a A-2 neste ano). Depois, por fazer com que o profissionalismo na gestão seja substituído pelo ótimo relacionamento do ex-jogador Vampeta com os donos do Grêmio Osasco…