Copa eleva o nível de exigência do torcedor
Erich Beting
O blogueiro Julio Gomes escreveu neste sábado uma interessante análise sobre a Copa do Mundo no Brasil. Ou melhor. Como ele bem definiu, a Copa do Mundo da América do Sul. Sim, porque é isso o que está acontecendo até agora. Os países vizinhos do Brasil desembarcaram por aqui para poder torcer. E isso gera uma mudança gigantesca de patamar para o torcedor por aqui.
Não estamos acostumados a ter futebol em alto nível em terras sul-americanas. Nem tanto dentro de campo, mas especialmente fora dele. Reflexo da negligência das cartolas furadas que gerenciam o futebol do continente, o torcedor, aqui no Brasil e redondezas, está acostumado a achar que estádio de verdade tem de ser um lugar velho, com péssimas condições de conforto e insegurança. É o tal ''espírito da Libertadores'' que muitos veneram, mas que na realidade são o que são pelo fato de o torcedor não ter mais base de comparação.
E esse talvez seja um dos ''legados'' de Copa do Mundo para a população local (não só aqui no Brasil, mas na América Latina como um todo). Vamos aprender a exigir mais de um evento esportivo. Não apenas na qualidade do jogo, mas especialmente no tratamento que é dado ao torcedor.
Lugares marcados, respeito ao bilhete comprado, bom serviço de comida e bebida no estádio… Tudo isso passa a ser não mais um sonho distante, mas uma realidade palpável para o torcedor. Isso não significa deixar de ser vibrante dentro do estádio, mas sim de exigir melhores condições como artista do espetáculo que é.
É só conversar com quem foi pela primeira vez a um jogo de Copa neste Mundial. A mudança no nível da conversa já demonstra que, pós-Copa, a exigência de experiência dentro de um estádio será outra. Ainda bem…