Negócios do Esporte

Alemanha segue goleando o Brasil fora de campo

Erich Beting

Acabou há pouco a palestra de Ulrich Voigt, diretor executivo de comunicação da Federação Alemã de Futebol, durante o fórum ''O Esporte como Potencial Econômico'', promovido pela Câmara de Comércio Alemanha-Brasil e realizado no Rio de Janeiro.

Voigt participou por meio de uma videoconferência do evento, já que a greve dos pilotos na Alemanha impediu que ele viesse ao Brasil. Nos quase 40 minutos em que relembrou o projeto de ''conquista'' do Brasil por parte dos alemães em 2014, Voigt deu algumas declarações que só ajudam a explicar o abismo maior que os 7 a 1 que nos separou dos germânicos dentro de campo.

''Uma das chaves para o sucesso foi a escolha de que seríamos não apenas jogadores de futebol, mas embaixadores da Alemanha durante a Copa'', afirmou o executivo da DFB. Isso fez com que os atletas precisassem não vir para o país dispostos apenas a jogar futebol, mas a interagir com os brasileiros e a ganhar a simpatia da torcida local.

''Ficamos surpresos quando saímos de Santa Cruz Cabrália após a conquista do título e fomos aplaudidos pelos brasileiros. Isso era muito mais do que esperávamos'', disse Voigt.

Que o planejamento muito bem feito e, mais ainda, executado, foi uma das chaves da conquista da Copa do Mundo pelos alemães, isso não há dúvida. Mas que a preocupação germânica se estende para muito além disso é ainda mais interessante.

''Todo ano fazemos uma doação de 100 mil euros para o município de Santa Cruz Cabrália investir em educação e saúde. É uma forma de deixarmos alguma coisa para a cidade, de não ter usado o local apenas como parte de nossa preparação para a Copa'', contou Voigt.

Como se vê, fora de campo a goleada é muito maior que os 7 a 1. Por acaso alguém sabe se já foi definido onde serão alocados os milhões de reais que o Brasil recebeu para distribuir no fundo de promoção do futebol que a Fifa reserva ao país-sede do Mundial?

É difícil cobrar a eficiência germânica em diversos aspectos da nossa sociedade. Mas é impossível não olhar algumas coisas que foram feitas por eles por aqui no ano passado e não pensar em como reproduzir isso. Nem que seja um pouquinho só…