TV precisa de bom produto; Champions e Libertadores são a prova
Erich Beting
Um dos maiores problemas do arrastado Campeonato Estadual com 19 datas no atual calendário brasileiro é que, aos poucos, ele vai se transformando num péssimo produto também para a televisão.
Prova disso foi a audiência de quarta-feira do futebol na TV aberta.
De tarde, Atlético de Madri x Barcelona pelas quartas-de-final da Liga dos Campeões da Uefa atingiu 18 pontos de audiência no Ibope (com 39% das TVs ligadas) em São Paulo e 19 pontos (41% de participação entre as TVs ligadas) no Rio de Janeiro.
De noite, São Paulo x River Plate, jogo decisivo da primeira fase da Copa Bridgestone Libertadores, rendeu 26 pontos no Ibope (com 41% das TVs ligadas) em São Paulo. No Rio, Remo x Vasco pela Copa Continental do Brasil somou 25 pontos no Ibope, com 42% das TVs ligadas.
Os números se assemelham. E mostram que, hoje, a Liga dos Campeões começa a ser um produto tão bom quanto jogos importantes de times brasileiros.
E os Estaduais? Na fase de classificação, à exceção dos clássicos, a audiência dos jogos ficou próxima dos 20 pontos. É pouco, quase nada. Teve jogo com menos de 35% de participação em TVs ligadas.
Com uma concorrência cada vez mais acirrada de outros meios de comunicação e atividades de lazer, a TV precisa de um bom produto para exibir para ter altos índices de audiência.
Nesse cenário, os Estaduais são um estorvo cada vez maior. Ou as federações reduzem o número de datas e deixa os jogos mais importantes ou, rapidamente, começarão a ser colocadas para escanteio pela televisão, hoje a principal fonte de renda dos Estaduais.