Mundo virtual não supera o real nas ativações
Erich Beting
Estive a trabalho durante todo o dia de ontem no Rio, justamente quando a cidade entrava na contagem regressiva para os 100 dias de início dos Jogos Olímpicos. Entre a ida do aeroporto até o estúdio do Sportv, dá para passar por boa parte dos locais de maior aglomeração turística da cidade.
E, nesse tempo todo, o que mais me lembrava que a Olimpíada está chegando são as obras que tentam aliviar o trânsito até a Barra da Tijuca, mas que atualmente só complicam o já caótico trânsito no Rio.
Onde estavam as marcas que não fizeram qualquer menção sobre o estreitamento da contagem regressiva?
Nas redes sociais e no e-mail, porém, parecia que nunca os Jogos estiveram tão presentes em nossa realidade. Tudo o que é patrocinador anunciando alguma ação. Todas, sem exceção, no mundo virtual…
A crise nos leva a apostar, de maneira lógica, em redução de investimentos. Isso afeta, diretamente, as ações de ativação de marca mais caras.
Só que isso também tem servido de muleta para que as empresas acreditem, cegamente, que o meio digital seria suficiente para assegurar eficiência na estratégia de comunicação de um patrocínio. O que muitos têm achado atualmente é que o digital/virtual é o fim, e não o meio de um trabalho de ativação de marca.
Considerando que os códigos alfanuméricos das redes sociais deixam cada vez mais direcionado o consumo de conteúdo das pessoas, e o consumo de TV é cada vez mais fragmentado, acabamos passando praticamente batidos no Rio de Janeiro naquele que tinha tudo para ser dia importante para as estratégias da marca dentro de seu patrocínio no esporte.
Ativar um patrocínio dá trabalho e custa caro. Se as marcas começarem a apostar só no mundo virtual para realizar as ações, perderão o bonde e, mais uma vez, vão achar que não dá retorno investir em esporte…