Por que as mulheres são o novo alvo das marcas esportivas
Erich Beting
No final do ano passado, a Nike fez um evento na Coreia do Sul com jornalistas do mundo todo. Na ocasião, a fabricante de material esportivo apresentava um projeto voltado para o universo da corrida de rua focado no público feminino. Quase meio ano depois, a empresa líder do mercado, com faturamento de US$ 17 bilhões, anunciou uma campanha toda voltada para as mulheres.
O objetivo? Aumentar em US$ 2 bilhões o faturamento com esse segmento do mercado.
Nos últimos anos, Adidas, Nike e Under Armour as três grandes marcas de material esportivo do mundo, tem feito uma investida consistente sobre o público feminino.
As mulheres são hoje o principal alvo das marcas. Isso acontece, em boa parte, porque há uma mudança significativa no mercado esportivo.
O segmento de running foi sempre o mais impactante para as vendas das empresas. Mas, de uns anos para cá, a corrida começou a ser substituída pelo bem-estar. Não é só o corredor de rua que sustenta as marcas, mas o praticante de atividade física.
E nesse contexto a mulher faz parte de uma lucrativa fatia de mercado. Ioga, academia de ginástica e outras atividades do gênero estão cada vez mais inseridas no cotidiano das pessoas, especialmente nas grandes cidades. Nesse universo, a inserção da moda na roupa para a prática de esportes de “bem-estar” faz da mulher o grande filão do presente.
Se, há quase 30 anos, a Nike marcou seu território ao criar a campanha “Just do It”, transformando cada pessoa num atleta em potencial, agora é a vez de a Under Armour ter levantado a bandeira para o público feminino, com o vídeo feito no ano passado com Gisele Bündchen, contratada a peso de ouro pela marca esportiva.
Agora, Nike e Adidas começam o movimento de retomada de espaço.
Só para se ter uma ideia do tamanho do mercado feminino. Esses dois bilhões de dólares que a Nike espera crescer em faturamento em dois anos com a nova campanha para as mulheres é o mesmo que a empresa conseguiu vender em artigos de futebol no ano passado, quando a realização da Copa do Mundo sempre gera um aumento das vendas das marcas.
A mulher é a nova aposta das marcas para fazer o negócio esportivo se manter em crescimento constante.