Por que o Flamengo se tornou o mais rico do Brasil?
Erich Beting
Qual é o principal cliente de um clube de futebol?
A resposta a essa pergunta pode ser dada pelo balanço financeiro do Flamengo, que em 2013 alcançou o recorde de R$ 273 milhões sem a contabilização de receitas com a transferência de atletas (leia os detalhes aqui). O que levou o Rubro-Negro a se tornar o mais rico do Brasil foi, finalmente, olhar com carinho para aquele que é seu principal cliente, que é o torcedor.
Com receitas de patrocínio inferiores às do Corinthians, o Flamengo foi em busca da conexão com o torcedor para fazer com que aumentasse a receita do clube e, assim, ampliassem as condições de se montar times mais competitivos. Bilheteria e sócio-torcedor são, hoje, os alicerces de ampliação do faturamento.
Aqui no blog já fiz duras críticas a diversas atitudes tomadas pela diretoria Rubro-Negra sob a gestão de Eduardo Bandeira de Mello. Mas é inegável que o maior mérito do clube foi reconectar o torcedor e levá-lo a consumir. Não foi nada de outro mundo, tanto que isso é algo que também foi o ponto de resgate do Corinthians após a queda à Série B e que é o que move o esporte como negócio nos Estados Unidos e na Inglaterra e na Alemanha, principalmente. Mas que, aqui no Brasil, vira diferencial competitivo.
Só para se ter uma ideia do que isso significa, o Fla conseguiu só em bilheteria R$ 48 milhões. E, com o sócio-torcedor, R$ 16,5 milhões. Há potencial para crescer ainda mais. Para isso, o marketing rubro-negro precisa ser ainda mais agressivo para propor ao torcedor bens muito mais interessantes do que jogos em estádios por todo o país e ingressos mais acessíveis para os sócios-torcedores.
O caminho começou a ser trilhado. Como a própria candidatura de Eduardo Bandeira de Mello pregava, o Fla era um gigante em estado letárgico. Será que ele realmente acordou? Os números começam a dizer que parece que sim…