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Barça e River mostram a diferença do Mundial para os continentes
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Erich Beting

Há uma invasão argentina no Japão em curso. Até o domingo, 15 mil argentinos estão espalhados pelo país asiático para acompanhar a tentativa do River Plate de ser campeão do mundo contra o gigantesco Barcelona, que levou pouca gente da Espanha para o Japão para acompanhar o que pode ser o tricampeonato mundial do clube.

A presença maciça dos torcedores do River, em detrimento dos fãs do Barça, mostra de forma cristalina a diferença que existe no Mundial de Clubes na visão de europeus e sul-americanos.

Os argentinos demonstram que, o que interessa a eles, é exclusivamente a bola. Ser campeão, levantar a taça e poder se dizer melhor time do mundo.

O mesmo sentimento não existe no Barcelona. Logicamente que os jogadores anseiam pela vitória, mas para o torcedor do clube, não há o mesmo peso a conquista do mundo como há na conquista da Europa. Se houvesse, o Japão também estaria pintado de azul e vermelho.

O Barcelona não está a passeio no Japão. Mas o propósito do clube ao disputar a competição é completamente diferente daquele vivido pelo River Plate.

Para o time espanhol, a disputa do Mundial de Clubes no Japão, no meio da temporada, é uma ótima forma de o clube ter contato com o fã asiático. As imagens de televisão deixam claro isso. O Sportv mostrou, antes da partida em que o Barça ganhou com sobras do Guangzhou, o frisson causado pelos jogadores do time espanhol quando andavam pelo hotel lotado de fãs. Lembrou, bastante, o que representavam os Beatles em sua época de ouro.

Por isso mesmo, jogar o Mundial se transforma num ótimo negócio para o Barcelona. Tanto que o clube jogou hoje com a camisa azul, lançada recentemente. Muito mais do que diferenciar-se do uniforme vermelho do Guangzhou, o propósito de elevar as vendas da terceira camisa no Japão deve ter sido levado em conta nessa escolha.

Para o sul-americano, a viagem ao Japão é muito mais do que uma simples oportunidade comercial. O clube, a mídia e os atletas estão focados na competição. Os negócios que podem eventualmente ser feitos na Ásia ficam em segundo plano.

Com visões tão distintas de enxergar o evento, Barcelona e River Plate evidenciam, também, a diferença que existe no futebol como negócio na Europa e na América do Sul.

Por aqui, ainda olhamos apenas o desempenho dentro de campo como forma de mensurar o sucesso de um clube. Sim, o futebol é o produto principal. Mas ele não pode mais ser concebido de forma a se pensar só no campo.

Por lá, os clubes sabem que são empresas. O produto principal deles é o futebol, mas para alimentar isso eles precisam investir pesado em atletas. E isso só é possível de se fazer com dinheiro. Dinheiro que, por sua vez, é bastante provável de se encontrar nos ardorosos fãs asiáticos.

O comportamento de Barcelona e River Plate no Mundial de Clubes mostra de forma bem clara como sul-americanos e europeus encaram o futebol. E revela, também, como ainda demoraremos a ter uma visão de futebol como produto que ajudou a revolucionar a cara da bola jogada na Europa nos últimos 30 anos…


Ronaldinho volta a ser “astro” em ação da Nike
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Erich Beting

A presença de Ronaldinho Gaúcho no Mundial de Clubes fez com que a Nike voltasse a usar a imagem do jogador do Atlético-MG numa campanha global da marca. Desde que voltou ao futebol brasileiro, Ronaldinho havia praticamente sido “eclipsado” por Cristiano Ronaldo e, agora, Neymar.

Principal jogador do Galo no Mundial, Ronaldinho virou uma espécie de “embaixador” da Nike no evento, que é patrocinado pela Adidas, marca que também veste o Bayern de Munique, principal candidato ao título do torneio junto com a equipe brasileira.

O uso de Ronaldinho pela Nike acontece num momento emblemático. Dificilmente o jogador disputará a Copa do Mundo e, também, desde que voltou ao Brasil ele deixou de ser um rosto familiar ao cotidiano do torcedor europeu. Com isso, perdeu espaço nas campanhas da marca, que optou por jogadores com apelo maior ao público jovem.

O próprio vídeo com o jogador revela essa nova “função” de Gaúcho. Nele, ele provoca as pessoas perguntando “quem é estrela”. Algo bem com o DNA da Nike. E que pode, nesse momento que parecia ser de eclipse da carreira de um dos maiores talentos do país na década passada, recolocá-lo no topo.

Mais uma vez a Nike provoca e coloca-se na tênue linha que separa uma ação audaciosa de um tombo doloroso. Para quem se acostumou a fazer isso desde sua fundação, em 1972, é algo normal. O interessante foi ver Ronaldinho protagonizar a campanha comprando também essa linha provocativa.

Veja o vídeo abaixo.


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