Negócios do Esporte

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Patrocinador precisa de esporte forte para ter retorno
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Erich Beting

Um patrocínio esportivo tem mais sucesso quanto mais desenvolvido for o esporte no qual ele está inserido. Isso é um tanto quanto óbvio, apesar de, por muitos anos, as empresas terem se beneficiado de uma estrutura amadora ou semiprofissional do esporte no Brasil para terem maior retorno sobre um negócio ainda em fase de desenvolvimento.

A questão é que, nos dias de hoje, está cada vez mais difícil patrocinar o esporte no Brasil.

Para as grandes marcas, parece cada vez mais necessário buscar o patrocínio no esporte para ter um jeito de interagir com o público de outra forma, alcançando alguns nichos que não eram possíveis anteriormente. O esporte, porém, ainda não conseguiu acompanhar essa evolução, e o que vemos ainda são ligas enfraquecidas, clubes endividados, esportes com enorme potencial, mas ainda à mercê de exposição em mídia e aumento de público para se transformar numa boa plataforma de investimento.

E qual é o papel do patrocinador nesse cenário? Algumas marcas têm se mostrado preocupadas em elevar a qualidade do esporte como um todo, mesmo que isso seja mais dispendioso do ponto de vista financeiro e dê menor retorno do ponto de vista prático de uma relação de patrocínio, apesar de representar grande ganho de imagem à empresa.

O caso mais recente disso foi a atitude tomada pelo Vôlei Nestlé, que nesta terça-feira fará partida amistosa contra a equipe de Araraquara que disputa a Série B da Superliga e está próxima da falência (detalhes aqui). O patrocinador, entendendo a importância de se ter o esporte mais desenvolvido, gastará um pouco mais de dinheiro, sem necessariamente obter um retorno direto com isso.

Como já disse algumas vezes por aqui, as empresas que investem no esporte precisam entender que é fundamental que elas também ajudem no desenvolvimento do esporte. Pode não ser função da marca, mas o conceito do que é patrocinar mudou muito nos últimos tempos.

Já evoluímos do período em que o patrocínio era um mero cheque no final do mês, passamos para a fase em que ele se tornou um negócio e, agora, entramos para uma era em que empresa e esporte são praticamente sócios de um mesmo negócio. Se ambos quiserem evoluir nessa relação, precisam atuar em conjunto pela promoção do esporte e da marca.

É algo muito mais trabalhoso, sem dúvida. Mas só assim existe futuro num patrocínio.


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