Negócios do Esporte

Arquivo : Relações Públicas

O esporte, com bom RP, dá um retorno estupendo
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Erich Beting

A notícia se espalhou rapidamente. O atacante holandês Arjen Robben gravou um vídeo para “apresentar” a nova camisa do Sport. A ação, feita pela Adidas para o Sport, reforçou ainda mais o lançamento da terceira camisa do clube pernambucano. E mostrou, mais uma vez, como o esporte, se trabalhar de forma eficiente a área de relações públicas, dá um tremendo retorno para os patrocinadores e patrocinados.

Com a proliferação das mídias sociais e o enxugamento das redações jornalísticas, as relações públicas passaram a ser uma das principais ferramentas de ativação de patrocínio para as marcas. Na última edição das Olimpíadas, em Londres, cerca de 77% do investimento dos patrocinadores em ativação era destinado para as relações públicas. Em mídia tradicional, esse montante não chegava a 65% da verba.

Nos últimos anos, a área de RP passou a receber cada vez mais verba dos patrocinadores. Com a queda da relevância da publicidade, conseguir espaço na mídia de forma autêntica, gerando conteúdo para os veículos, se tornou mais eficiente do que fazer um anúncio ou mesmo uma ação de ativação para o público.

Não por acaso, recentemente as agências de publicidade saíram ao mercado e compraram algumas das principais empresas de Relações Públicas. A verba que antes era seguramente destinada à publicidade passou a ser dada para o RP.

E aí entra o esporte nessa história. Com a dificuldade cada vez maior de o jornalista ter acesso direto aos grandes astros, o trabalho de RP dentro das marcas e das modalidades esportivas passou a ser fundamental para aumentar o retorno sobre esse investimento.

O baile que Adidas e Sport deram com a ação envolvendo Robben é mais uma prova de que o bom trabalho de RP potencializa o retorno com o investimento no esporte. E a mídia, necessitando de conteúdo, é o caminho para validar as ações que têm, no fundo, algum cunho comercial…


Por que pagar o Pato?
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Erich Beting

Imagine que você tenha comprado um belo carro de luxo, pago bem caro por ele e, no fim das contas, quando você foi dirigir, não conseguiu rolar “aquela química” com o carro. O motor não era tão potente, o combustível gastava mais do que o esperado, o seguro era caro demais, etc. Você decide, então, emprestar esse carro para um cunhado, com a promessa de que, após um determinado tempo, ou o carro volta “amaciado” para você, ou então você revende para outra pessoa com quem ele se dê bem.

Aí, quando o tempo de vencimento desse empréstimo está próximo de chegar ao fim, o carro até que parece mais ajeitado, tem tido melhor rendimento e tal. Mas você começa a alardear para todo mundo que o carro não te interessa e que você quer se desfazer dele de qualquer jeito.

A pergunta óbvia é: será que alguém vai pagar por ele o quanto você pagou ou algum valor próximo disso ou, já que você quer tanto vender, o máximo que receberá será uma oferta bem abaixo do valor de mercado que o carro teria?

É exatamente esse descuido que o Corinthians está tendo com relação à venda de Alexandre Pato.

Há quase três semanas, o presidente Roberto de Andrade declarou, ao programa Seleção Sportv, que “se Deus quiser, teremos a bênção de vender o Pato”. Na última semana, o ex-presidente Andrés Sanchez colocou mais lenha na história, desdenhando do jogador e afirmando que, se ele voltar do empréstimo do São Paulo, vai repassá-lo ao Bragantino, esquecendo-se de que Pato não é obrigado a aceitar isso. Em entrevista coletiva, o atleta saiu-se bem, afirmando que a preocupação dele era com o São Paulo, seu atual clube.

Que Pato não jogará mais pelo Corinthians está mais do que claro. O que resta saber é como o clube espera ganhar um dinheiro que reduza o prejuízo que teve com o atleta se, em declarações, seus dirigentes denigrem cada vez mais a imagem de Pato e o interesse em contar com ele.

A questão não é quem vai pagar pelo Pato, mas sim, do jeito que o Corinthians tornou a situação, por que pagar por ele?


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