Afinal, estádio de futebol é bom negócio para quem?
Erich Beting
“Foram 22 meses em que outra coisa não se pensou que não ter a propriedade plena da Arena, em poder dizer que a Arena é do Grêmio, dos meus filhos, dos meus netos e dos netos dos meus netos”.
A frase é de Fábio Koff, presidente do Grêmio, para defender o negócio que selou a compra da Arena do Grêmio pelo clube.
O acordo representa praticamente o fim da “aventura” da OAS na gestão de arenas de futebol. A OAS Arenas, criada em 2012 com a perspectiva de gestão das modernas arenas pós-Copa, já sofreu um baque recentemente e, agora, deve ter recebido o aviso prévio de seu fim.
Hoje, assumir o controle de um estádio de futebol é muito mais risco do que certeza de receita no médio prazo. Muito por “culpa” dos gestores que estão do lado dos clubes.
O Grêmio batalhou para ter o controle da Arena. O Palmeiras ainda briga com a WTorre. No Rio, o Maracanã é notícia mais pelo Fla x Flu fora de campo entre construtora e os locatários do que dentro dele.
Nenhum clube tem a humildade de admitir que não sabe como cuidar de um estádio. Da mesma forma, os gestores que precisam fazer do estádio um aparelho lucrativo penam para tentar entender como conseguir isso se o produto é ruim.
Do jeito que está, estádio de futebol não é bom negócio para o clube e muito menos para um investidor.
Prova disso é que o principal argumento dado pelo presidente do Grêmio para justificar o interesse em o clube ser o dono da arena é de que os netos dos netos poderão bater no peito que esse estádio é da “família”.