Negócios do Esporte

Mizuno mostra que está de volta à corrida

Erich Beting

O mercado de corrida de rua no Brasil geralmente vive períodos cíclicos. Numa época, uma determinada marca se destaca, depois as concorrentes voltam para o páreo e assim vai. Se pudermos resumir os últimos 15 anos, a ordem foi mais ou menos essa: Adidas (2000-2005), Nike (2005-2010) e Asics (desde 2010). Agora, ao que tudo indica, começa a chegar a vez de a Mizuno ganhar espaço nessa disputa.

Desde 2013, quando a marca criou o projeto da Mizuno Uphill, que voltou a chamar a atenção do corredor de ponta, que é o atleta amador, mas preocupado com a performance. É esse o grande cara para formar a indústria dos corredores. É o atleta que tem outra atividade remunerada, mas tem na corrida uma espécie de atividade de lazer em que a alta performance é o objetivo. É o maluco que consegue fazer uma maratona em subida, ou então sair de São Paulo e chegar ao Rio de Janeiro, ou corre uma meia maratona com o coração saindo pela boca numa velocidade de 17 km/h.

Esse corredor é o grande foco das marcas porque ele é a inspiração para todos os demais corredores. São menos de 200 mil atletas amadores de ''elite'' no Brasil, mas eles espalham, para os mais de 2 milhões que correm sem estar preocupados com a performance, quais são as tendências do mercado, o que é melhor consumir, etc.

Eles são, a grosso modo, aquele primo ou tio que você tem e que sempre pergunta qual o melhor tênis ou relógio para correr, se não tem perigo de correr 10km, se a meia maratona dá muito medo, etc.

A Uphill marcou essa mudança dentro da Mizuno. Ela passou a focar a mensagem para o atleta amador de ponta e, então, ele espalha a marca para os demais segmentos da indústria.

A melhor sacada desse novo posicionamento veio neste começo de ano, com o projeto ''Invisible Runners''. O vídeo traduz, na essência, que a marca fala com o corredor amador de elite. Mas que a inspiração é o atleta do dia-a-dia. É só ver abaixo.

A Mizuno, sem dúvida, está de volta à corrida!