Esporte virou o novo grande negócio da Red Bull
Erich Beting
A Red Bull não é mais uma empresa de energéticos. Quer dizer. Ainda é. Mas é interessante notar como a companhia virou, hoje, essencialmente, uma empresa que vive do esporte. E que ganha dinheiro com isso! Teoricamente a Red Bull continua a ser ainda a empresa que produz apenas um produto e o vende em tamanhos e sabores diferentes.
Mas, no esforço de marketing para a promoção desse produto, a empresa encontrou um novo negócio que, aparentemente, tem se tornado tão importante quanto a venda de bebida energética.
Na última quinta-feira foi anunciado um acordo entre a Red Bull e a FIVB, a federação internacional de vôlei. Não, a marca de bebida energética não está patrocinando a federação. Pode até ser que você encontre, durante as transmissões do vôlei de praia, o logotipo com os dois touros em alguns lugares da arena. Mas a Red Bull fechou um acordo para ser produtora de eventos da FIVB (detalhes aqui).
O negócio representa mais um acordo da Red Bull dentro do esporte. E reforça, mais uma vez, o novo conceito da empresa, que se vende como ''marca de bebidas e mídia''. O perfeccionismo de Dietrich Mateschitz (dono da Red Bull) em criar eventos para promover a marca acabaram impulsionando um novo modelo de negócios para a empresa.
Hoje, a operação de Fórmula 1 da Red Bull é rentável. A empresa vende peças fabricadas e exporta o conhecimento que foi acumulado em sucessivos anos de perfeição dentro da categoria. Ela é a única equipe do circuito que não produz carros ou tem relação com mecânica, mas soube construir carros e exportar esse negócio.
Nos outros eventos que faz, a marca desenvolveu um modelo de produção de vídeo e fotos que cresceu tanto que se transformou no Red Bull Media House. O departamento é uma espécie de produtor de conteúdo para as emissoras de televisão. Boa parte dos programas de esportes radicais que você assiste no canal Off, aqui no Brasil, é feito pela empresa.
O mais curioso é saber que essa história de investir no esporte começou para mudar a cara da Red Bull, que era vista como uma bebida para ser misturada com um drink alcoólico na balada. Agora, mais do que ser uma marca associada ao esporte, a Red Bull se transformou numa empresa que tem no esporte um braço para ganhar dinheiro.
Com o crescimento do esporte como entretenimento, poucas produtoras de evento são tão competentes e possuem tanto conhecimento quanto a Red Bull. E, nenhuma, ainda tem o interesse de investir na produção do evento para poder vender outro produto, que é a lata de bebida energética. É esse o grande pulo do gato que está embutido no negócio firmado entre a FIVB e a Red Bull.
O segredo para uma empresa não morrer é estar constantemente inovando. A Red Bull ainda vende apenas um produto para o consumidor. Mas achou, no esporte, a inovação que precisava para diversificar radicalmente seu negócio. E seguir vendendo apenas um produto para o consumidor…