O não de Ibra à Pokerstars só o torna maior
Erich Beting
Ibrahimovic recusou um patrocínio de 4 milhões de euros. A negativa do jogador sueco para a Pokerstars (detalhes aqui) ajuda a torná-lo, atualmente, num dos mais eficientes garotos-propagandas do futebol. Ibra recusou o patrocínio por não gostar de pôquer. E isso explica bastante o porquê de ele ser um cara excelente para endossar algum produto.
O estilo despojado do atacante cairia como uma luva para a empresa, que já tem Ronaldo e Rafael Nadal como garotos-propagandas e jogadores. Mas de que adianta ter um rosto para a marca se ele não traduz os princípios daquela empresa. A atitude do sueco é perfeita. Ele passa o recado de que não quer dinheiro, mas sim endossar apenas aquilo no que acredita ou confia.
É, a grosso modo, um comportamento completamente oposto ao de Roberto Carlos, vegetariano declarado que fez propaganda para a Friboi, produtora de carne. A repercussão negativa do fato tornou a campanha completamente falsa, a ponto de ser retirada do ar e ir parar na Justiça.
O recado que Ibrahimovic dá ao não aceitar um valor astronômico para propaganda é claro. Quem quiser se associar a ele precisa, acima de tudo, oferecer um produto que tenha sentido para o jogador. É isso que torna o garoto-propaganda mais eficiente. Neymar, Cristiano Ronaldo e Messi, aparentemente, ainda não conseguiram atingir esse grau de maturidade em suas relações comerciais.
Ibra, de um jeito ou de outro, consegue conferir a seus patrocinadores uma impressão mais autêntica do que os ''concorrentes'' ao trono de principais garotos-propagandas do mundo da bola nos dias de hoje.