A culpa é sempre do patrocinador…
Erich Beting
Torben Grael, maior medalhista olímpico da história do país, abriu mão de tentar a vaga nos Jogos de Londres, no ano que vem, por falta de patrocínio. A notícia veio à tona na última semana, e levantou aquela velha discussão do ''absurdo'' que é um campeão olímpico não ter apoio para competir numa Olimpíada.
Mas será que a culpa é sempre do patrocinador?
Nesta quinta-feira, Torben Grael divulgou um comunicado à imprensa afirmando que não tem patrocinador para tentar o projeto olímpico, mas que continua a ser muito bem patrocinado pela Mitsubishi para competir na Vela Ocêanica.
“A esta altura, dificilmente vou tentar uma vaga para os jogos de Londres devido, principalmente, à falta de patrocínio exclusivo para uma campanha olímpica. Já na vela de Oceano, tenho o apoio e um excelente patrocínio da Mitsubishi Motors do Brasil, onde velejo na classe Soto 40, barco idealizado pelo empresário e velejador Eduardo de Souza Ramos”.
Essa foi a frase que Torben teve de colocar no comunicado, tentando reparar a crise causada com seu patrocinador, que já investe nele e, muito provavelmente, sentiu-se menosprezado ao ver tantas matérias falando que o grande campeão do país não tem apoio.
Invariavelmente a mídia crucifica a ''falta de patrocínio'', considerada a grande mazela para que atletas vitoriosos como Torben não consigam galgar sonhos mais altos no esporte. Mas por que a culpa sempre é do patrocinador? Como costumo dizer por aqui, patrocínio não pode ser confundido com caridade. Para uma empresa dispender dinheiro num projeto, ele tem de trazer retorno.
Fica ainda pior quando o atleta reclama da falta de patrocínio e coloca esse fator como o maior responsável para ele não conseguir cumprir seus objetivos. Esse tipo de atitude só prejudica a imagem do esportista e faz com que o patrocinador, naturalmente, não veja nesse atleta ou nessa instituição um bom produto para colocar seu dinheiro.
Nem sempre o problema está na falta de visão do patrocinador. Diria que, na maioria das vezes, o problema está no próprio patrocinado, que não consegue mostrar para a empresa o retorno que ele pode trazer.
Ser o melhor não basta, é preciso representar também o melhor negócio para quem vai investir. Isso dá muito mais trabalho do que competir. No fim, é muito fácil colocar a culpa no patrocinador. Ou na ausência dele…
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Davi Alexandre
19/08/2011 00:33:23
Patrocinar eu, campeão de truco e com muito potencial no jogo de taco ninguem quer. Mais um da Mitsubichi todo mundo qué , TOMA AQUI PAPUDO !!!
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Dudu d'Almeida
18/08/2011 20:08:32
É muito curioso.O esporte do Torben Grael, não é popular, mas, praticado por uma elite de "endinheirados" e no começo êle foi o seu próprio patrocinador. Agora o nosso medalhista,que transformou o seu esporte em um projeto de vida, quer alguém para pagar a sua conta, sem por a mão no bôlso e ainda sair com muito.Em esporte elitista é diferente.Na fórmula 1 - na fórmula 3 - os corredores praticantes, ganham dinheiro, mas "arrumando" os seus patrocionios, quem não tiver quem o patrocine está fora das corridas.E não adianta se fazer de "coitadinho"!!!!! de vítima!!!!!!
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Ricardo
18/08/2011 19:49:34
Muito provavelmente o problema deve estar no patrocinado e não no patrocinador. Estava assistindo o Globo Esporte quando vi o Torben Grael dar várias entrevistas sobre este assunto num momento nem um pouco apropriado: durante o evento promovido pelo Banco Icatu para anunciar seu patrocínio à Marcos Grael, filho deste valoroso esportista. Quanta sensibilidade....Por essas e outras que as empresas se afastam de alguns dos nossos casmpeões.
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Marcos
18/08/2011 18:30:23
A culpa é também da mídia.Por exemplo, qual a vantagem que tem o Rexona em patrocinar time feminino de volei, se na hora de divulgar a "poderosa" chama o time de Rio de Janeiro?Sem falar que é mto comum, nas imagens, cortar as imagens do patrocinador, como o boné.Assim, realmente fica dificil de patrocinadores terem retorno.
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