Rio-2016 já tem as primeiras baixas
Erich Beting
O Rio-2016 já sofreu as suas primeiras baixas. Toda a equipe que estava responsável pela gestão dos patrocínios de 2016 foi demitida (leia aqui). A mudança na equipe é reflexo, entre outras coisas, da malfadada concorrência para a escolha do fabricante de material esportivo para os Jogos.
Por enquanto, Leonardo Gryner, homem-forte do marketing do COB, assumirá a função de negociar os patrocínios para 2016. A expectativa é de que mais de US$ 1 bilhão seja levantado pelo comitê local. A concorrência na área de parceiro oficial do setor de automóveis está em vigência, com expectativa de mais US$ 150 milhões a serem pagos pelo vencedor (o comitê já arrecadou mais de US$ 700 milhões com outras quatro cotas).
A saída da equipe de marketing é indício de que nem tudo corre bem no processo de venda dos patrocínios para as Olimpíadas. O maior problema, porém, foi a expectativa gerada pelo CoRio após a abertura dos dois processos iniciais de licitação, que resultaram nas vitórias de Bradesco, Bradesco Seguros, Claro e Embratel.
Ao todo, essas cotas conseguiram superar metade da expectativa de faturamento do Comitê com os Jogos. Mas tanto Bradesco quanto Embratel-Claro tinham a necessidade de ''conseguir'' a cota, já que alguns de seus concorrentes diretos (Itaú e Oi) estão na Copa de 2014.
A tendência é a de que menos dinheiro comece a entrar nos cofres com os patrocínios às Olimpíadas. Ainda mais porque, do jeito que a expectativa do comitê está alta, diversas empresas têm preferido partir para projetos individuais ligados ao esporte olímpico. As primeiras baixas em 2016 são um prenúncio disso.
O ministro e a verdade
Ainda é cedo para condenar ou absolver o ministro Orlando Silva Junior das acusações publicadas na revista Veja e no Fantástico no último final de semana. O fato é que seu cargo é, hoje, objeto de desejo. E, por isso mesmo, pode ter muita motivação política nas denúncias que apareceram. Se houver, de fato, a comprovação da culpa, que o ministro seja, no mínimo, afastado do cargo. É mais um bom exemplo que o governo federal pode dar no sentido de que dinheiro público, ao contrário do que se costuma praticar por aqui, tem dono. E esse é um ótimo caminho para a melhora da gestão pública no país. Seja no esporte ou em qualquer outro ramo de atividade.