Anderson Silva é maior que o UFC?
Erich Beting
É bem provável que o UFC 147, que estava programado para acontecer no Rio de Janeiro em 23 de junho, deixe o país e desembarque em Las Vegas (leia os detalhes aqui). Mas, se isso não acontecer, é quase certo também que a esperada luta entre Anderson Silva e Chael Sonnen não aconteça em solo brasileiro.
Aí é que fica a dúvida. Será que, no Brasil, Anderson Silva não é maior que o UFC?
Sem o brasileiro no octógono, é quase certo que o interesse do público vá despencar. Já foi assim na realização, tempos atrás, de um UFC no Rio de Janeiro com vários lutadores brasileiros, mas sem um nome do calibre de Silva. Por mais que o UFC vá para Brasília ou Belo Horizonte, dificilmente será tão atraente para o torcedor.
Tempos atrás, Vicente Casado, então diretor geral do Masters 1000 de Madri de tênis, disse em entrevista que o grande segredo de seu torneio, considerado o ''quinto Grand Slam'', era fazer com que o interesse do público fosse na competição, e não no atleta.
A lógica era a seguinte. Se o torcedor se interessasse em ir ao evento apenas por causa dos tenistas que estivessem em quadra, seria enorme o risco de o público despencar caso um Nadal ou um Federer caíssem antes das semifinais. Sendo assim, a organização do Masters 1000 decidiu investir em inovações como as modelos pegadoras de bolas ou a quadra em saibro azul, como neste ano de 2012.
Provavelmente o UFC 147 seja um divisor de águas da modalidade para o Brasil, caso ele realmente aconteça por aqui. Apontado como o grande mercado pelo presidente Dana White, o país corre o risco de mostrar que seu maior atleta é quem, de fato, mobiliza a grande massa em torno das competições.
A criação do programa TUF Brasil é uma mostra de que o UFC já começa a tentar mobilizar o torcedor brasileiro em torno da modalidade. É um caminho para evitar que, sem Anderson Silva, o interesse pelas lutas diminua.
Atualmente, porém, não é impossível de se acreditar que Silva ainda mobiliza mais gente do que o UFC no país.