Negócios do Esporte

Os bancos tomam conta do esporte

Erich Beting

A partida desta noite entre Avaí e Atlético Paranaense, pela Série B do Campeonato Brasileiro, vai marcar a entrada de mais um banco no patrocínio do futebol brasileiro. Os dois times estamparão a marca da Caixa em seu uniforme. Os acordos foram fechados ontem e hoje, e representam o fortalecimento do setor bancário no esporte (leia mais aqui e aqui).

A maior presença do segmento bancário no patrocínio esportivo brasileiro é, na realidade, a elevação do país a um novo patamar de relacionamento das marcas com o esporte e, de uma forma indireta, é mais um reflexo do amadurecimento do mercado. Mundialmente, os grandes patrocinadores do esporte são as empresas mais ricas. No caso do setor bancário, em todo o mundo, mesmo com a crise no segmento, o patrocínio esportivo continuou na pauta.

No Brasil, o movimento dos bancos sobre o esporte (e especialmente sobre o futebol) veio se intensificar nos últimos cinco anos, com o cenário mundial do esporte e da grana começando a ser direcionado para o país. Primeiro foi o acordo Santander-Libertadores, depois, a movimentação do Itaú com a Copa do Mundo e o Bradesco com as Olimpíadas. E, agora, a Caixa com os dois clubes da Série B. Isso sem contar na aventura do BMG, que claramente usou a exposição do esporte para conseguir o negócio com o Itaú.

Com a entrada dos bancos, porém, aumenta-se a responsabilidade do esporte em dar retorno para seus patrocinadores. E esse é o grande pulo do gato nessa história toda. Antes, o setor bancário raramente se associava a equipes, preferindo a segurança de uma competição para não vincular a marca a uma torcida apenas. Agora, com as oportunidades cada vez mais escassas, naturalmente a migração será para a camisa do uniforme ou para outras modalidades, dentro de um projeto mais consistente.

Sinal dos tempos. E prenúncio, também, de que o próximo passo é a profissionalização do gestor do esporte. A grana do marketing, aos poucos, fará o esporte se tornar mais profissional. Assim como os bancos finalmente tomaram conta do segmento esportivo no Brasil, esse é um dos próximos passos.