Negócios do Esporte

Imagine a festa…

Erich Beting

Pois é. São Paulo virou um grande estacionamento na manhã desta segunda-feira (mais detalhes podem ser lidos aqui). Os aeroportos lotaram de gente, mas que não conseguiu sair do lugar. Os congestionamentos foram monstruosos, mas nenhum trio elétrico apareceu por lá.

Como já dito por aqui no blog, a Brahma chamou para ela uma responsabilidade monstruosa ao tentar acabar com os ''pessimistas de plantão'' (nesse caso geralmente encarnados na figura de jornalistas) no que diz respeito à capacidade de realização da Copa do Mundo no país. Ainda mais por estarmos muito próximos do Mundial e não vermos, concretamente, muitas mudanças na infraestrutura do país para atender à demanda atual. Afinal, imagine na Copa como será ter de receber uma movimentação extra de cerca de 3 milhões de pessoas em um mês?

Pelo menos um reflexo da propaganda já se faz sentir. Em vez de dizermos ''imagina na Copa'', agora é só falar ''imagine a festa''… Provavelmente o publicitário da agência Africa que criou o conceito da propaganda teve tempo de sobra para pensar na próxima campanha na manhã desta segunda-feira tentando chegar ao trabalho.

Só para efeito de comparação, a mesma Brahma fez, ontem, uma grande festa, com direito a trio elétrico, para celebrar o título mais do que legítimo do Fluminense no Campeonato Brasileiro. Durante toda a campanha do Flu, a empresa manteve-se ''neutra'' na grande mídia, usando um pouco de campanhas na internet para conectar o torcedor tricolor à marca. Ontem, com a vitória, preparou de fato uma ótima festa para recepcionar os campeões.

Essa é a função da empresa, já que dentro do negócio dela (vender cerveja), proporcionar uma comemoração é a essência para o aumento produto. Com mais de 20 times patrocinados, a Brahma tem trabalhado como nenhuma outra empresa na ativação de patrocínio esportivo no Brasil. É curioso perceber que, no caso da principal propriedade que a marca possui no esporte, simplesmente esse pensamento seja deixado de lado.