O bônus Nadal e o duelo pelo tênis brasileiro
Erich Beting
Tive hoje, coincidentemente, duas reuniões com dois diferentes patrocinadores do Brasil Open de tênis. Ambos estavam exultantes com a ''sorte'' que tiveram. Rafael Nadal, para quem ainda não leu, foi confirmado como um dos participantes do torneio que será realizado agora na semana do Carnaval (leia aqui). Campeão do Brasil Open em 2005, Nadal volta ao país para marcar também a volta às quadras após mais de meio ano parado devido a uma lesão.
É uma notícia para agitar o mercado do tênis e, mais do que isso, para deixar patrocinador com sorriso de orelha a orelha pelo fato de ter comprado o torneio naquilo que podemos dizer ser um momento de ''baixa'', sem o grande chamariz de Nadal.
Não é coincidência, porém, que a negociação com um dos maiores tenistas da história aconteça exatamente no momento em que o mercado de organização de eventos de tênis no Brasil esteja absolutamente aquecido. Semana passada, a IMX, de Eike Batista e IMG, anunciou alguns detalhes do ATP 500 que será realizado no ano que vem e que promete também envolver os grandes da modalidade. Da mesma forma, hoje, a Confederação Brasileira de Tênis confirmou a vinda de Venus Williams para a disputa de um torneio da WTA.
Dentro desse cenário, a confirmação de Nadal foi importante no jogo de xadrez entre as duas empresas ligadas aos maiores eventos de tênis no Brasil, que são Koch Tavares e IMX. A queda de braço, que envolve até mesmo a contratação do principal executivo do Brasil Open pela IMX no ano passado, promete ser pesada nos próximos anos.
O lado bom dessa história é que as duas agências prometem investir bastante em seus torneios.
O torcedor, claro, sai ganhando com a vinda de grandes nomes do esporte para cá. Ainda mais com a Europa em crise e com os torneios de segundo escalão por lá sofrendo para conseguir patrocinadores.
E o patrocinador, aqui, comemora também quando tem um bônus como esse protagonizado pelo anúncio de Nadal.