Negócios do Esporte

Por um futebol melhor força a profissionalização

Erich Beting

Há uma semana, mais ou menos, escrevi aqui que o futebol não precisava de profissionalização para conseguir receita. Mas ontem até que a impressão que se teve foi outra ao participar do evento ''Por um futebol melhor'', bandeira levantada pela Ambev para tentar fazer com que, em 2015, o Brasil tenha o melhor campeonato de futebol do mundo.

Para chegar a esse objetivo, a Ambev planeja fazer com que os programas de sócio-torcedor virem um grande meio de incentivo ao consumo para o torcedor. Para isso, escalou outras empresas para fazer parte do projeto. Ontem, no lançamento pomposo, com direito a Galvão Bueno no comando e Ronaldo como narrador da campanha, estiveram presentes os presidentes e principais executivos de Ambev, Bradesco, Burger King, Danone, Netshoes, Pepsico, Seara, Sky e Unilever.

Conclusão: é muita gente de alto calibre para que os clubes não forcem a, pelo menos, iniciar a profissionalização dos seus gestores. Daí a impressão de que o caminho está relativamente sendo aberto para uma melhoria como um todo na gestão dos clubes. Esse, aliás, é o único caminho para que o projeto vingue e consiga cumprir a meta de, em 2015, o Brasileirão ser o melhor campeonato nacional do mundo.

A meta é extremamente ambiciosa. Mas, vindo de uma empresa que conseguiu fazer da então improvável fusão de Brahma e Antarctica a maior cervejaria do mundo, não dá para cravar que seja impossível.

Os clubes foram agora colocados numa encruzilhada. Estão com a arma apontada para a cabeça. Se não conseguirem, agora, mudar a maneira como se relacionam com o torcedor, perderão de vez a credibilidade com importantes empresas do mercado.